Frederico Gil: um recorde histórico


Frederico Gil tornou-se, no Funchal, no primeiro jogador português na Era Open (desde 1968) a conquistar o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto com o maior intervalo de anos (15), sendo este um recorde difícil de superar.

A primeira vez que Frederico Gil foi campeão nacional foi em 2004, quando o Nacional se disputou em Porto Santo. Voltaria aos títulos absolutos em 2006, 2007 e agora este ano, tendo derrotado na final Francisco Cabral.

Este intervalo de 15 anos confere algo que está ligado à carreira do jogador desde muito cedo: uma vontade intrínseca de manter a chama viva para quem foi o segundo português a entrar no top 100 mundial, a seguir a Nuno Marques, e foi finalista do Estoril Open em 2010.

Frederico Gil, de 34 anos, tem um estatuto muito próprio na modalidade e este recorde de longevidade abre-lhe caminho para outros voos como o regresso ao top 300 mundial, sem deixar de pensar que pode continuar a somar mais títulos.

Para se ter uma ideia deste pequeno feito de Frederico Gil é preciso referir que o segundo jogador na Era Open a ganhar o Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto com tantos anos de intervalo foi Nuno Marques, que se estreou em 1990 e levou para casa a taça pela última vez em 2001. Foram 11 anos de intervalo.

Depois segue-se Rui Machado com um intervalo de 9 anos, vencedor em 2005 e 2014, e depois Emanuel Couto com 7 (primeiro em 1993 e último em 2000) e, por fim, João Cunha e Silva (estreia em 1986 e último título em 1991).

O consagrado Alfredo Vaz Pinto não entrou nesta lista exclusiva da Era Open, pois conquistou os seus primeiros títulos em pleno amadorismo, mas viveu, muito curiosamente, as duas situações, entre 1963 e 1972.

O recorde de longevidade continua a pertencer a um grande campeão, José Roquette, que levantou a taça ao longo de três décadas. A primeira em 1934 e a última em 1953, quando já tinha 43 anos.

Fica o desafio para Frederico Gil, que precisa de somar mais 4 vitórias para igualar os 19 anos de diferença do primeiro para o último ano de campeão de José Roquette.

Em femininos, Francisca Jorge está a construir o seu pequeno castelo e já vai com 3 troféus.

 

Norberto Santos, jornalista

 

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