O mundo está em mudança
Se quisermos ser mais precisos, é caso para dizer que já não estamos em presença de futuras estrelas. A evidência dos factos e das imagens dão-nos tantas certezas, tantos créditos para afirmar que o mundo do ténis está em mudança e o grego Stefano Tsitsipas é uma dessas principais referências.
Disso não há a menor dúvida e a vitória nas Finais ATP em Londres, onde se tornou o mais jovem vencedor desde 2001 com 21 anos e 3 meses, deixa antever o que muito de diferente estará para acontecer ao longo de 2020.
Fala-se muito que o reinado do chamado “Big Three” ainda se poderá prolongar e que dos chamados novatos ainda lhes faltará algum estofo para conquistarem, finalmente, um título do Grand Slam. Tudo isso é verdade. O austríaco Dominic Thiem foi finalista em Roland Garros em 2018 e 2019 e tem todas as condições para se impor na catedral da terra batida.
Mas agora junta-se um jogador com uma outra expressão e versatilidade: Stefano Tsitsipas, campeão em título no Millennium Estoril Open em 2019, e finalista no ano anterior, onde perdeu com João Sousa. O grego tem aqueles rasgos genuínos, uma classe, valentia e um carisma que o ajudam em momentos muito adversos.
Quem está à sua frente no ranking mundial tem-lhe um enorme respeito por saber que o grego não se deixa levar em grandes euforias e sabe qual é o lugar preciso que ocupa no ranking mundial.
Provavelmente em 2021 irá chegar à liderança do ranking ATP, mas o que estará mais perto de acontecer é sentir que estará à altura dos grandes momentos de decisão e ganhar um torneio do Grand Slam, até para a história do ténis não ficar confinada por muito mais tempo a Rafael Nadal, Novak Djokovic ou Roger Federer.
Ao longo deste ano em Portugal, quando Tsitsipas jogou no Clube de Ténis do Estoril para conquistar o seu único título em terra batida, deu para perceber a evolução que o helénico iria ter ao longo da temporada e a consagração chegou, finalmente, em Londres.
Norberto Santos, jornalista