E Nadal vai levantar o 13º troféu em Paris?
Esta é, sem dúvida, a pergunta do momento, mas cuja resposta vai demorar um ano. Não se sabe bem ao certo o que se irá passar nos próximos doze meses, se Rafael Nadal continuará a apresentar-se em condições físicas de defender a vitória em Paris, mas tudo aponta para uma sequência lógica – a seguir ao 12 vem o 13, o tal número que se for levado à letra por quem é supersticioso pode travar a série vitoriosa do espanhol.
O que Rafael Nadal conseguiu em Roland Garros não foi apenas mais um título. Foi o 12º numa carreira sem precedentes na história do torneio (93 vitórias contra 2 derrotas), dizimando adversários e mostrando uma vitalidade e um espírito de competição como há muito não se via.
É perfeitamente natural e compreensível o orgulho do rei da terra batida no seu palco preferido, sendo que Nadal tornou-se no primeiro na história de Roland Garros a ganhar no antigo estádio Philippe Chatrier e agora no renovado complexo.
Há qualquer coisa que liga Nadal à história do ténis e que vai muito para além dos números, estatísticas e análises técnicas. Estamos a falar do seu rigor, profissionalismo, respeito pelos adversários e uma humildade muito própria, diria mesmo invulgar nestes tempos modernos em que os mais novos se julgam campeões por ganharem uns jogos e muito dinheiro.
Nadal é um jogador emocionalmente estável, que sabe reconhecer quanto está mal e isso permite-lhe avaliar a sua condição. “Nunca me canso de sofrer a nível técnico porque faço-o com paixão” , disse o espanhol, de 33 anos, após a vitória em Roland Garros.
Esta genuína declaração ajuda a compreender melhor a estrutura mental de Rafael Nadal, que soube aceitar uma série de derrotas até ganhar em Roma o primeiro torneio em terra batida este ano.
Em Paris deu-se o reencontro com a felicidade. E agora é partir à conquista da 13ª Taça dos Mosqueteiros para se continuar a fazer história.
Jogadores com mais títulos do Grand Slam:
20 – Roger Federer, Suíça
18 – Rafael Nadal, Espanha
15 – Novak Djokovic, Sérvia
14 – Pete Sampras, EUA
12 – Roy Emerson, Austrália
11 – Rod Laver, Austrália e Bjorn Borg, Suécia
10 – Bill Tilden, EUA
Norberto Santos, jornalista