Nem os cânticos dos franceses a torcer pelo compatriota Luca Van Assche, num lotado court 14 do Complexo da Porte d’Auteuil, chegaram para refrear Henrique Rocha nesta caminhada rumo ao quadro principal de Roland Garros, o primeiro de um Grand Slam que o número três português vai jogar depois de vencer o terceiro encontro do qualifying na terra batida parisiense.
Com o relógio a bater as três horas de encontro, o portuense, 201.º mundial, selou o match point com 6-3, 6-7 (1/7) e 7-5 e, assim, juntou-se aos compatriotas Nuno Borges (41.º) e Jaime Faria (115.º) que tiveram entrada direta no quadro principal de singulares, sendo que, no de pares, será Francisco Cabral, a par de Borges, quem vai representar as cores lusas.
Rocha, de 21 anos, é o nono jogador treinado no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis a disputarem o quadro principal de singulares em Roland Garros, 14.º tenista nacional a jogar a prova principal de um Major.
Com serviços a chegar aos 213 km/h, o portuense ganhou 103 pontos, mais seis do que o adversário que assinou 38 winners, mais 11 do que o português, todavia menos perdulário nos erros não forçados (33). Foi com uma esquerda que Rocha forçou o erro de Van Assche, ao fim de 16 pancadas que trouxe o silêncio da claque que Tribune Bleu que ia fazendo a festa gaulesa até às emoções estarem estampadas no rosto iluminado pelo sorriso de Henrique Rocha.
Foto: FPT/Anastasia Barbosa