Nuno Borges despediu-se dos singulares no Open da Austrália, Grand Slam inaugural da temporada em que o número um nacional continua em prova no quadro de pares ao lado do compatriota Francisco Cabral, o mais bem cotado dos portugueses na variante. Isto depois de Carlos Alcaraz, o prodígio de 21 anos e 3.º da hierarquia ATP, ter obrigado o maiato a elevar o ténis durante 2.55 horas de um duelo ibérico com momentos de excelente nível, mas que pendeu para o favorito do país vizinho em busca pelo único título major que lhe falta no já recheado currículo.
Após ceder os dois primeiros parciais, com 2-6 e 4-6, Borges, que já se tornou conhecido pelas reviravoltas bem-sucedidas, bem tentou encetar mais uma no terceiro set que viria a ganhar no tie-break – 7-6 (7/3). Todavia, no quarto, o 33.º mundial treinado no Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis não conseguiu levar a decisão adiante e cedeu o 2-6 da despedida.
Apesar do melhor serviço de Borges ter batido os 200 km/h, o pupilo de Juan Carlos Ferrero serviu a 208 km/h e foi superior nos winners (54 vs 15) ao português. A superioridade da resposta do espanhol (39% vs. 24%) foi outro dos pontos chave da decisão.
Em 2024, recorde-se, Nuno Borges tornou-se no primeiro português a atingir os oitavos de final no Melbourne Park. Nesta edição do Happy Slam não defendeu esses pontos, no entanto, o facto de ter atingido as meias-finais no ATP 250 de Auckland há uma semana deverá ser suficiente para continuar a integrar o top-40.