Desde outubro do ano passado, em Curitiba, no Brasil, que Gastão Elias não jogava os quartos de final de um torneio de nível Challenger. Esta quinta-feira, na terra batida do central que tão bem conhece, o tenista da Lourinhã foi o último português a fechar a porta do Oeiras Open 5, torneio promovido pela Federação Portuguesa de Ténis no Complexo de Ténis do Jamor.
Frente ao chileno Cristian Garin, atual 153.º do ranking, no qual figurou em 17.º em 2021, Elias – agora 318.º na tabela da ATP da qual foi 57.º – não conseguiu repetir o resultado do confronto anterior, que data de 2017, em Lima, no Peru. Não por falta de suporte vindo das bancadas, de onde ecoavam cânticos de apoio, Gastão cedeu 3-6 e 6-7 (4/7).

Durante as 1.48 horas de partida, o tenista de 34 anos, que na véspera ganhara o empolgante duelo fratricida com Henrique Rocha, 13 anos mais novo, teve várias oportunidades que não aproveitou, ao contrário do sul-americano que cedo se colocou na frente do set inaugural (0-3) até fechá-lo a favor.
“No primeiro set, tive o triplo de oportunidades comparativamente a ele, muitos breakpoints, não consegui aproveitar nenhum, memso sentindo-me por cima do jogo. Nos pontos, sentia-me em vantagem, em nenhum momento ele me deixou muito desconfortável. E de repente tinha perdido 3-6”, comentou Gastão Elias sobre o set inaugural.

No seguinte, o caminho parecia o inverso, pois foi Gastão quem quebrou o serviço até chegar à vantagem por 3-0. Chegou ao 5-2 e no emblemático court já se pensava num terceiro set. A própria linguagem corporal de Garin parecia seguir a mesma linha. Mas fez o break para o 5-4 e assim chegou ao tie-break, no qual selou vitória ao segundo match point, com 6-3 e 7-6 (7/4).
“Parecia que as coisas se alinharam para ele ganhar. Estgava 4-1, houve um ou dois jogos de serviço que parecia que ele já nem deixava a bola bater no chão. Notava que estava mais a pensar no terceiro set. Depois sacou umas bolas, sem saber bem como. De repente, o resultado vira outra vez, ele faz um break e quando vou a ver perdi. Na verdade, se me perguntarem qual seria o resultado justo, seria 6-3 e 6-3 para mim. É estranho, mas é verdade”, assumiu Gastão Elias que salvou três de seis pontos de break enfrentados, ao passo que Garin evitou sete de nove.
Negando que o desgaste das três horas de encontro com Henrique Rocha tenha tido influência no resultado, apesar de admitir que “ter falhado algumas bolas, por causa disso”. “No geral, não perdi pelo físico, nem sei dizer como perdi, as estrelas alinharam-se para ele ganhar”, rematou Elias, sem conseguir calar a frustração. “Não posso viver de quase vitórias, nem continuar o ano a somar vitórias morais. Os milhares de euros e pontos que perdi, se os tivesse ganho, agora estaria a jogar Grand Slams.”
Garin garantiu, assim, lugar na mesma semifinal do argentino Roman Andres Burruchaga, oitavo cabeça de série. O outro lugar na final será decidido entre o norte-americano Mitchell Krueger e o libanês Hady Habib.
Fotos: Beatriz Ruivo/FPT