Henrique Rocha deixou, esta quarta-feira, um alerta ao ténis planetário no Millennium Estoril Open. Embora tenha sido afastado na ronda inaugural, o português de 20 anos, 198.º mundial, obrigou o chileno Nicolas Jarry, 57.º da hierarquia e sétimo cabeça de série deste ATP Challenger 175, a puxar dos pergaminhos até sair vencedor.
Depois de 2.50 horas de intensa batalha, com apoio audível e persistente vindo das bancadas, o maiato anulou quatro setpoints do sul-americano no primeiro parcial, fechou o tie-break em vantagem ao quinto ponto de set, assinado em 72 minutos.
“Foi um primeiro set muito difícil, muito longo, com de muitas emoções e muitos altos e baixos”, resumiu o tenista que integra o Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis, cuja temporada sofreu um revés desde que sofreu lesão abdominal no ATP Challenger de Tenerife, em fevereiro, e no regresso ainda está a tentar reencontrar-se com as vitórias.
Apesar disso, qual guerreiro samurai, com a bandana na cabeça transformada em imagem de marca, Henrique Rocha retorquiu os oito ases que saíram disparados da raqueta de Jarry e salvou cinco dos oitos breakpoints que enfrentou, convertendo três do quatro que teve à disposição. Os 30 winners do chileno contra os 13 do português criaram fosso entre ambos até aos parciais de 7-6 (15-13) 3-6 e 4-6 ditarem o adeus de Henrique.
“No início do segundo set, senti uma quebra em termos de foco, saí um pouco do encontro e ele soube aproveitar bem isso. Foi mais experiente que eu, conseguiu fazer um break cedo, no início do segundo set, altura em que subiu também um pouco o nível. Depois, ao longo do encontro manteve-se mais sólido que eu. No início do terceiro parcial, senti que podia ter feito alguma diferença, mas ele aguentou-se. Depois, fez o break, mas até ao final ainda acreditei, salvei três match points. A verdade é que ele serviu muito bem e o serviço fez sempre a diferença”, reconheceu o tenista que integrou, em 2024, o elenco das NextGen Finals.
Em prova ainda nos pares, ao lado do irmão Francisco, mais velho cinco anos, Henrique procura ver o lado positivo da experiência. “Acima de tudo consegui jogar a um bom nível, goste do que fiz. Não foi um encontro extraordinário, mas a verdade é que ao longo do ano não vivemos das partidas extraordinárias, vivemos da consistência. Acho que o importante é fazer mais encontros a este nível, é ir buscar este nível em todos as partidas ao longo do ano”, resumiu.
Foto: Millennium Estoril Open