Numa batalha pela sobrevivência em Flushing Meadows, Nuno Borges lutou durante 4.25 horas e, já madrugada dentro em Nova Iorque, é que o número um português (41.º mundial) saiu do Arthur Ashe Stadium eliminado do quadro de singulares do US Open, mas não derrotado, pois deixou excelente imagem de si durante os cinco sets frente a Tommy Paul, 14.º favorito, que teve de guerrear por cada ponto até sair vencedor com os parciais de 7-6 (8-6), 6-3, 5-7, 5-7, 7-5.

Mesmo sem repetir a quarta ronda de 2024 no derradeiro Grand Slam da temporada – atingiu a mesma fase no Open da Austrália -, o maiato de 28 anos salvou dois match points que evitaram o desfecho em quatro sets e obrigou o norte-americano a jogar mais perto de duas horas até fechar o derradeiro ponto de jogo com vólei de esquerda falhado pelo português.
Todavia, esse foi só o último momento dramático da partida, repleta de épicas trocas de bola, muita resiliência física e mental de ambos os jogadores que não viraram a cara à luta, com Nuno Borges a não baixar os braços depois de ceder os dois primeiros parciais e a vencer os seguintes.
Paul tem a experiência de três títulos ATP em pisos rápidos – dois em Estocolmo e um em Dallas -, bem como de finalista júnior precisamente na quinzena nova-iorquina. Borges, que conhece bem os courts americanos dos tempos do circuito universitário, converteu sete de 16 pontos de break, mas cedeu 8 de 18 enfrentados, assinou 44 winners, menos dois do que o adversário, mas registou 73 erros não forçados, quando na estatística de Paul constam 61.

Nuno Borges continua agora em prova no quadro de pares, onde tem parceria firmada com Arthur Rinderknech. Uma variante, na qual Portugal estará ainda representado por Francisco Cabral – este ao lado do austríaco Lucas Miedler –, 26.º mundial que vai fazer a estreia como cabeça de série em Grand Slam.