Histórico! Nuno Borges não é o primeiro tenista masculino a ganhar a um jogador do top-10 – Michelle Larcher de Brito bateu Maria Sharapova em Wimbledon nos idos anos de 2013 para chegar à terceira ronda -, mas é único a tê-lo feito num Grand Slam. Esta quarta-feira, naquela que é a maior vitória da carreira, atendendo o ranking do adversário, o maiato de 28 anos, 41.º da hierarquia ATP, levou a melhor sobre o norueguês Casper Ruud, oitavo da tabela e finalista em 2022 e 2023, para aceder à terceira ronda de Roland Garros.


Nuno Borges deixou o Court Suzanne Lenglen, o segundo mais emblemático da catedral da terra batida, vitorioso com 2-6, 6-4, 6-1 e 6-0, e ao fim de 2.17 horas, reconhecendo a debilidade do nórdico que recebeu assistência médica na perna esquerda antes do início e durante o derradeiro set. Todavia, o número um português não se deixou abater com as questões físicas do adversário, ex-número dois mundial que chegou à quinzena parisiense com o troféu de campeão do Masters 1000 de Madrid.
Assertivo no serviço, que chegou a atingiu os 205 km/h, o tenista que integra a equipa de treino do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis assinou 51 winners face aos 32 do adversário, que cometeu 38 erros não forçados perante os 21 de Borges.


Juntando-se a Nuno Marques, Frederico Gil, João Sousa, Gastão Elias, além de Michelle Larcher de Brito, na lista dos portugueses a terem vencido adversários do top-10, Borges vingou o desaire que Ruud lhe infligiu nos quartos de final no ATP de Los Cabos, em 2024, e marcou duelo com Alexei Popyrin, 25.º mundial e de Roland Garros, australiano a quem o maiato venceu a caminho do título no ATP Challenger de Phoenix (2023), igualando o frente a frente depois do desaire de 2017 num ITF norte-americano.
E foi em bom português que, depois de falar com Fabrice Santoro em court, Nuno Borges agradeceu a presença dos compatriotas, que não pararam de apoiá-lo com cânticos e bandeiras, e rogou para que não deixassem de fazê-lo, esta quinta-feira, quando voltar ao court, desta feita ao lado do francês Arthur Rinderknech, na estreia no quadro de pares frente ao duo Bergs/De Jong.
Fotos: FPT/Anastasia Barbosa