Vindo do qualifying para disputar, pela primeira vez, o quadro principal de um Grand Slam, já se sonhava com mais história de Henrique Rocha como o inédito português nos oitavos de final em Roland Garros. Foi um conto de fadas que não se concretizou, mas tenista treinado pela equipa do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis deixou o mundo do ténis a falar de si e, pode dizer-se que entrou pela porta onde os sonhos acontecem.
Rocha, 200.º do ranking mundial, encontrou do outro lado da rede do Court Simonne-Mathieu, o terceiro mais importante no complexo parisiense da terra batida, o cazaque Alexander Bublik, 62.º do ranking ATP, que há figurou em 17.º. Imparável e, apesar da réplica que o português 200.ª deu no set inaugural, foi o jogador nascido há 27 anos em Gatchina, na Rússia, chegou ao desiderato ambicionado pelo português e, pela primeira vez, chegou à quarta ronda de Roland Garros, à sétima tentativa. E o parciais de 5-7, 1-6 e 2-6 deram forma ao adeus luso nos singulares.
Henrique Rocha, 21 anos, entrou determinado, só deixado que o serviço fosse ameaçado ao 12.º jogo, mas o break foi o suficiente para perder o set inaugural neste que era sexto encontro consecutivo na Porte d’Auteuil.
No parcial seguinte, a tentar responder a amorties e indefensáveis saques, o tenista luso só conseguiu inaugurar o marcador ao sexto jogo (1-5), com dois breaks abaixo. Depois de ter recuperado de dois sets de desvantagem na segunda ronda, frente a Jakub Mensik (19.º mundial), a esperança mantinha-se de nova reviravolta de Rocha. Todavia, esteve não deu espaço para tal.
Sem converter algum dos dois pontos de break de que dispôs e a ceder 5 de 11 que enfrentou, o portuense ainda assinou 26 winners e 37 erros não forçados, contra os respetivos 31 e 26 do cazaque. No serviço, apesar de ter colocado a bola em jogo a 218 km/h – Bublik, registou 221 km/h como o mais veloz -, Henrique Rocha esteve uns furos abaixo da resposta ganhando 27% perante os 44% de pontos ganhos pelo adversário.
Assim, ao fim de 1.41 horas, disse adeus a Roland Garros, onde Nuno Borges, o outro português com quem formara dupla inédita na terceira ronda de singulares, continua em prova nos oitavos de final, mas nas duplas.
Fotos: FPT/Anastasia Barbosa
