Consolidação de Francisca Jorge no Tennis Club da Figueira da Foz


A persistente presença nos torneios internacionais que estão a decorrer em Portugal permitiu a Francisca Jorge atingir um grau de maturidade que lhe possibilitou a conquista do maior título da carreira na variante de pares no Tennis Club da Figueira da Foz.

A bicampeã nacional de singulares, de 19 anos, ganhou a variante de pares ao lado da espanhola Olga Parres Azcoitia, num clube que está a comemorar a passagem do 102º aniversário.

Se para Francisca Jorge é importante este troféu, também não é menos importante o que representa para a sua evolução. Apresenta esta semana o seu melhor ranking na lista WTA em pares (531º lugar) e ao ter chegado à 2ª ronda em singulares foi a sua melhor classificação, dado que o Internacional Ladies Open da Figueira da Foz oferece 25 mil dólares em prémios mais hospitalidade, contando com um quadro de jogadoras bem interessante.

Naquele que até agora pode ser considerado o torneio feminino mais importante do ano (falta agora oficializar as provas do segundo semestre), a prova da Figueira da Foz voltou a merecer rasgados elogios dos participantes .

“Estamos a atravessar a fase de consolidação da única prova internacional que temos no calendário. E foi graças ao esforço da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Região de Turismo do Centro, Federação Portuguesa de Ténis e a um conjunto de patrocinadores muito ligados ao clube que temos conseguido manter a fasquia elevada com bons padrões organizativos”, disse-nos Joana Aguiar de Carvalho, presidente do clube desde 2016.

O centenário Tennis Club da Figueira da Foz, criado em 1917, tem cerca de 400 sócios e recebe ao longo do ano outras provas do calendário federativo, como torneios de veteranos e competições de sub 14 e sub 16.

Mas há um evento que os figueirenses não dispensam: o torneio aniversário aberto a todos os jogadores e famílias e que se disputa à noite. “Há muitos anos que é uma tradição neste clube e muitas pessoas vêm à Figueira só para viver este fantástico ambiente”, conta a vice-presidente Margarida Viana, salientando a boa vontade de antigos jogadores nascidos na Figueira e que por ocasião do Internacional Ladies Open querem ajudar nessa semana a organização. “Uns até são motoristas e parceiros de treino de jogadoras”, comenta Margarida Viana.

A tradição estende-se às escolas de formação, onde pontifica uma figura carismática do clube, Mário Jorge Albuquerque, professor há quase 30 anos. A direção técnica das escolas pertence a Pedro Nunes, que não esconde que nesta fase o objetivo passa pela consolidação: “Queremos que os sócios se sintam bem, investimos na melhoria das instalações, os sócios têm a sua sala, ginásio e sala de jogos e um bom restaurante. Mas como na Figueira da Foz não temos faculdades, os mais novos vão-se desligando para regressarem depois no Verão. Manter o que temos e garantir preços acessíveis de adesão (60 euros anuais para sócio) é algo que representa um forte desafio”, referiu Pedro Nunes.

E é, por isso, que o Tennis Club da Figueira da Foz mantém aquele charme com mais de 100 anos ao serviço do desporto, turismo e elegância, conforme consta do livro editado em 2017 por ocasião dos 100 anos do clube.

 

Norberto Santos, jornalista

 

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