Ténis feminino: o ano do conhecimento


A palavra de ordem é só uma: acreditar. É este o enquadramento para o momento atual do nosso ténis feminino, que no terceiro trimestre deste ano vai voltar à ação numa série de torneios internacionais em Portugal, que contam com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis.

Num ano chamado de transição, as alterações foram de alguma maneira significativas e o ajuste de posições no ranking, embora esperado, não facilitou a tarefa, mas ainda estamos numa fase que se pode considerar de conhecimento.

Exemplo claro disso é Francisca Jorge, que vai completar 19 anos no próximo dia 21 de abril. A bicampeã nacional ocupa o 651º lugar no ranking WTA e é uma das bandeiras do CAR Jamor Jogos Santa Casa, tal como Maria Inês Fonte (17 anos) e Leonor Oliveira (16 anos), estas sem classificação WTA.

A experiência recolhida ao longo de 2018 com estas três jogadoras permite a Neuza Silva, capitã da Seleção Nacional, afiançar que o nível médio subiu imenso. “Há um ano a situação era diferente e todas elas já assimilaram as ideias base que preconizamos no CAR Jamor”, sustentou a antiga campeã nacional, que em 2009 defrontou Serena Williams no campo central de Wimbledon, sendo ainda hoje a terceira portuguesa de sempre (133ª em 2009), a seguir a Michelle Brito (76ª em 2009) e Maria João Koehler (102ª em 2013).

“Temos de ver esta geração como uma aposta no futuro e os tempos são bastante diferentes quando eu era jogadora. Hoje conseguimos ter condições de treino e oferecer apoio às nossas jogadoras” , garantiu Neuza Silva, sabendo das dificuldades resultantes com a introdução das novas regras.

“Tento fazer ver às nossas jogadoras que isto é uma passagem na carreira. Ninguém joga os Grand Slams sem passar por esta fase” , defendeu a treinadora do CAR Jamor Jogos Santa Casa, que não gosta de traçar objetivos de posições no ranking mundial.

“Esta é a fase em que elas estão a adquirir maturidade e experiência e precisam de ganhar presença em campo. Só depois é que vem o pensamento no ranking”, referiu Neuza Silva, ciente que no CAR Jamor Jogos Santa Casa todas as jogadoras são um exemplo em termos de disciplina no treino.

Daí que este seja o ano de conhecimento perante as novas regras e a exposição ao circuito para quem ainda é júnior como é o caso de Maria Inês Fonte e Leonor Oliveira. “Estamos a construir a base” , defendeu Neuza Silva.

 

Norberto Santos, jornalista

 

João Sousa: 30 anos e 30 factos


João Sousa completa hoje 30 anos e a passagem deste aniversário representa a idade da maturidade e consolidação do melhor tenista português de sempre, que colocou em lugar de destaque o nome de Portugal por esse mundo fora.

Fruto da sua inegável ambição, o vimaranense foi ultrapassando barreiras, por vezes consideradas impensáveis, construindo uma bonita carreira que enche de orgulho os adeptos do ténis nacional.

Tem uma enorme legião de fãs e a sua sinceridade vai de encontro aquilo que ele nos habituou desde muito cedo nos treinos e na competição: é um guerreiro, que ganhou o estatuto de “Conquistador” , quando passou a somar vitórias atrás de vitórias, derrotando gente importante.

Esta efeméride não poderia passar despercebida e em analogia com os seus 30 anos fomos encontrar 30 factos que julgamos interessantes na carreira de João Sousa.

A nossa escolha:

1 – Início: João Pedro Coelho Marinho de Sousa começou a jogar ténis com 5 anos pela mão de seu pai, Armando Marinho Sousa.

2 – Clube: Clube de Ténis de Guimarães, onde seu pai jogava frequentemente torneios de veteranos, chegando a entrar em competições de inter-clubes.

3 – Treinadores: Luís Miguel Coutinho fez a formação de João Sousa, e depois seguiram-se Nuno Marques no Centro de Ténis da Maia, Pedro Cordeiro. Álvaro Margets, Francisco Roig e Frederico Marques.

4 – Títulos de campeão nacional: Sub-12 em 2001, no Estádio Nacional, e Nacional Absoluto, Taça Guilhermo Pinto Basto, em 2017, na Beloura Tennis Academy.

5 – Vitórias em torneios ATP (todos de categoria 250): 3. Millennium Estoril Open (2018), Valência (2015) e Kuala Lumpur (2013).

6 – Finalista em 7 ocasiões: Kitzbüel e Auckland (2017); St. Peterburgo, Umag e Genebra (2015); Metz e Bastad (2014).

7 – Melhor ranking de sempre em singulares: 28º, a 16 de maio de 2016.

8 – Melhor ranking de sempre em pares: 32º, a 28 de janeiro de 2019.

9 – Vitórias em torneios da categoria Challenger: 5, sendo o último em 2013, na sua terra natal, em Guimarães.

10 – Vitórias em torneios ITF: 7.

11 – Estreia no top 100 ATP: entrou para o 99º lugar em 15 de outubro de 2012.

12 – Permanência no top 100 mundial: figura nesta elite de forma consecutiva desde 15 de julho de 2013.

13 – Estreia na Taça Davis: aconteceu em 2008, na Foz, frente ao Chipre, quando a eliminatória já estava decidida. Contava então 19 anos.

14 – Número de eliminatórias na Taça Davis: 26. É o quarto jogador da Seleção Nacional com o maior número de presenças, a seguir a Cunha e Silva (30), Nuno Marques (27) e Rui Machado (27).

15 – Capitães: João Sousa conheceu três capitães na Taça Davis: Pedro Cordeiro, Nuno Marques e Rui Machado.

16 – Mérito: Representou Portugal nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, tanto em singulares como em pares, onde fez dupla com Gastão Elias.

17 – Mudança: com 15 anos decidiu mudar-se para Espanha. Inicialmente esteve na federação catalã durante um ano e depois foi para a Barcelona Total Tennis.

18 – Objetivos: Quando ainda estava no Centro de Treino da Maia, João Sousa escreveu com 14 anos, quais eram os seus objetivos: “Ser profissional de ténis, ser top 100 mundial, ser jogador agressivo do fundo do campo com pancadas sólidas com um serviço muito bom. Subir à rede sempre que houver oportunidade”.

19 – Deslocação: Inicialmente quando estava em Espanha, João Sousa residia em casa de uma família. Ia de bicicleta para uma estação de comboio, sendo que a viagem até à Academia.

20 – Contacto: Nessa fase inicial, João Sousa falava com a família, recorrendo a uma cabine telefónica. Levava no bolso as moedas para matar saudades…

21 – Mudança: a partir do final de 2013, João Sousa passou a ser representado pela empresa Polaris, ligada ao conhecido empresário Jorge Mendes.

22 – Adversários na elite: a vivência na alta roda no ténis mundial possibilitou-lhe defrontar vários jogadores do top 10, como Novak Djokovic, Roger Federer, Rafael Nadal, Andy Murray e Stan Wawrinka.

23 – Melhor vitória: Foi frente ao espanhol David Ferrer, então nº 4 mundial, no torneio de Kuala Lumpur na Malásia, nos quartos-de-final.

24 – Reconhecimento: Nos últimos 6 anos, João Sousa tornou-se numa das figuras mais mediáticas do desporto português.

25 – Patrocínios: Tem uma vasta gama de patrocínios, entre os quais, o banco Millennium BCP, a marca de equipamentos Lotto e Mike Davis (vestuário casual) e as raquetas Wilson.

26 – Euforia: Inesquecíveis os momentos vividos no regresso a Portugal, após a vitória em Kuala Lumpur, Malásia, em 2013. Um mar de gente esperava João Sousa no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

27 – Lágrimas: João Sousa não conseguiu esconder as lágrimas quando foi recebido no Salão Nobre da Câmara Municipal de Guimarães. Recebeu uma camisola do Vitória de Guimarães com o nº 51 (alusivo ao lugar que ocupava nessa semana no ranking ATP) e um cachecol único dizendo “O Conquistador”.

28 – Compromisso: Quando João Sousa foi para Espanha, o pai exigiu-lhe que continuasse a estudar. “Se chumbasse, fazia as malas”.

29 – No futebol: Até aos 15 anos, João Sousa dividia o ténis com o futebol, chegando a representar o Vitória de Guimarães e Os Sandinenses.

30 – Segredo: “Foi o gostar muito de ténis que o fez aguentar nesta vida”, disse uma vez o seu pai, Armando Marinho Sousa.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Alfredo Vaz Pinto: o grande campeão


Na data certa, no momento certo e no local certo. A passagem do 94º aniversário da Federação Portuguesa de Ténis ficou assinalada por uma cerimónia oficial, no Estádio Nacional, que juntou o secretário de Estado da Desporto e Juventude, João Paulo Rebelo, e o presidente do Instituto Português do Desporto e Juventude, Vítor Pataco, envolvendo a família do ténis numa sentida e merecida homenagem ao prof. Alfredo Vaz Pinto.

O momento solene aconteceu quando foram descerradas duas placas no Jamor: uma que dá início à gestão e exploração do complexo de ténis do Estádio Nacional por parte da entidade federativa e outra referente à homenagem à figura do prof. Alfredo Vaz Pinto, falecido em 2017, pelo seu valioso contributo à modalidade.

Foram dois momentos marcantes numa altura em que foram revelados, mais ao pormenor, pelo presidente Vasco Costa os planos para as futuras instalações federativas no Centro de Ténis do Jamor, onde já funciona o Centro de Alto Rendimento Jogos Santa Casa.

“Acredito que vamos ter um dos melhores complexos de ténis da Europa”, disse Vasco Costa, presidente federativo.

A figura do prof. Alfredo Vaz Pinto foi retratada através de um conjunto de imagens. “Tributo a Alfredo Vaz Pinto (1939-2017)”, é o nome da obra produzida pela Federação Portuguesa de Ténis (FPT) .

Foi passada em revista a carreira do jogador, treinador, capitão e formador que soube conquistar a simpatia dos adeptos do ténis dentro e fora do campo.

Vaz Pinto deu os primeiros passos no Clube de Ténis do Estoril sob a orientação do mestre Geza Torok no final dos anos 50, tendo como colegas de clube Olívio Silva e João Roquette, que mais tornou se tornou companheiro de pares. Ambos foram campeões nacionais por 6 vezes, 5 das quais consecutivas.

Em singulares, Vaz Pinto foi campeão nacional por 7 vezes e entrou para a história ao fazer parte da Seleção Nacional da Taça Davis, que obteve a sua primeira vitória frente ao Luxemburgo, em 1963, no Clube de Ténis do Estoril, em abril. Meses mais tarde, seria campeão nacional pela primeira vez no seu clube de eleição.

Vaz Pinto tinha uma paixão enorme pelo ensino e foi ele o primeiro responsável técnico pela criação da Escola de Ténis do Estádio Nacional em 1966. Mais tarde foi formador e dirigiu inúmeros cursos de treinadores, estando diretamente envolvido na organização de vários torneios infantis, entre os quais o “Sport Goofy”.

A Federação Portuguesa de Ténis prestou-lhe em vida várias homenagens e ao assumir a gestão e exploração do complexo do Jamor entendeu perpetuar o legado do prof. Alfredo Vaz Pinto, descerrando uma placa no Estádio Nacional.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Pedro Sousa escolhe 10 momentos de eleição


Um dia depois de ter nascido, Pedro Sousa começou logo a conhecer os cantos aquela que seria sempre a sua casa de eleição: o Club Internacional de Foot-ball, na Ajuda. E, aos 8 anos, já fazia pela vida no intervalo da escola. O pai, Manuel Sousa, era o seu treinador e descobriu a maneira mais eficaz de motivar o filho: “colocava uma baliza para miúdos da ‘Chicco’ ao fundo do campo e na sequência do treino de direitas ou esquerdas cruzadas ou ao longo, o Pedro recebia 25 tostões quando metia a bola na baliza. Ao final do dia, era capaz de levar para casa 30 escudos, que ele dizia que era para comprar chocolates…”.

Esta foi uma parte da infância de Pedro Sousa, que aos 30 anos tornou-se no mais recente inquilino do top 100 nacional, depois de Nuno Marques, Frederico Gil, Rui Machado, João Sousa e Gastão Elias.

A entrada no clube centenário foi festejada depois da estreia na primeira etapa do Grand Slam, o Open da Austrália, onde teve honras de jogar no Margaret Court Arena frente ao australiano Alex de Minaur, num encontro que Pedro Sousa escolheu como um dos 10 momentos de eleição na sua carreira.

Cumprido um sonho de criança, Pedro Sousa acredita que tem condições para se manter no top 100 mundial, mas não gosta de fazer comparações com a posição que os seus colegas têm no ranking ATP. “Se fizer melhor que eles tanto melhor, mas o objetivo não passa por superar a posição que os meus colegas têm no ranking ATP”.

Não escondendo a satisfação por fazer parte do CAR Jamor Jogos Santa Casa, Pedro Sousa considera que a estrutura federativa fazia falta ao ténis nacional. “Conhecia bem o Gonçalo Nicau, que em tempos me tinha acompanhado no circuito, e o Rui Machado como colega no circuito. Isso facilitou bastante a minha integração no CAR Jamor”.

O percurso de Pedro Sousa poderia ter sido outro se não tivesse sido marcado por lesões: a primeira, uma canelite, que praticamente o afastou da competição durante um ano e depois as duas operações a que foi submetido ao pulso em 2015. “São coisas que acontecem a quem joga ténis…”.

Das etapas de formação, Pedro Sousa não se esquece dos bons momentos vividos no CIF com o seu amigo de infância João Fernandes: “Jogávamos futebol quase o dia inteiro, e depois do futebol é que íamos treinar ténis”. Mas não se pense que Pedro Sousa teve a vida facilitada. O rigor do pai não lhe permitia facilidades: “Entrava no CIF às 7h45 da manhã para treinar antes das aulas até às 9 horas, à hora do almoço vinha novamente treinar e depois, ao final da tarde, também. Mas, antes, ainda jogava futebol na escola…”.

O modelo de jogo, antecipação, aceleração e motivação fazem com que Pedro Sousa seja uma referência obrigatória do nosso ténis. Rejeitou convites para ir para academias e universidades no estrangeiro preferindo manter-se fiel ao seu pai, que considera ter sido o seu melhor treinador por tudo o que lhe ensinou na vida.

Não foi fácil pedir a Pedro Sousa que escolhesse os 10 melhores momentos da carreira (“se fossem 5 já teria dificuldade….”), mas o representante do CIF na alta roda mundial foi ao baú e aqui deixou a sua votação:

1 – Entrada no top 100 mundial. É o sexto português a fazer parte do clube centenário, desde a última segunda-feira.

2 – Jogar no Margaret Court Arena. Foi a estreia no quadro principal de um Grand Slam em 2019.

3 – Vitória no Challenger alemão de Pullach, dotado com 125 mil dólares, face à cotação do torneio. Depois de João Sousa ter conquistado o Millennium Estoril Open em 2018, trata-se do segundo triunfo mais importante.

4 – Em 2017, conquista o Challenger de Francavilla, Itália, onde só perdeu um set em 5 encontros.

5 – Presença nos quartos-de-final do torneio de juniores em Roland Garros, em 2006, onde bateu o então nº 1 mundial, o norte-americano Donald Young.

6 – As duas operações ao pulso esquerdo, em 2015, mudaram a perspetiva e Pedro Sousa voltou ainda com maior ânimo e ambição ao circuito profissional.

7 – Ainda como júnior fez a sua estreia na Taça Davis no encontro com Marrocos, em Marraquexe.

8 – Em 2011, Pedro Sousa superou a fase de qualificação defrontrou na 1ª ronda do quadro o argentino Juan Martin del Potro no Estoril Open, no Jamor, tendo-lhe ganho um set.

9 – Vitória no Challenger de Braga, em 2018, na primeira edição desta competição em terra batida.

10 – Depois das duas operações ao pulso, Pedro Sousa valoriza o triunfo no Future ITF da Tunísia, em 2016.

 

Estreia de portugueses no top 100 mundial:

Nuno Marques: 100º, 1/4/1991

Frederico Gil: 98º, 4/8/2008

Rui Machado: 95º, 25/10/2010

João Sousa: 99º, 15/10/2012

Gastão Elias: 94º, 24/4/2016

Pedro Sousa: 100º, 11/2/2019

 

Norberto Santos, jornalista

 

Capitalizar a experiência


Depois dos confrontos com a Alemanha (2017) e Cazaquistão (2019) em eliminatórias que poderiam ter proporcionado a Portugal a desejada subida ao Grupo Mundial na Taça Davis, eis que surge novamente essa possibilidade no duelo com a Bielorrússia em meados de setembro.

Portugal terá de jogar fora, mas a palavra chave a reter é a de capitalizar a experiência destes últimos anos, onde a equipa base é a mesma, fruto de uma aposta firme e continuada da Federação Portuguesa de Ténis no apoio aos nossos jogadores.

Depois da era Nuno Marques, o novo capitão Rui Machado irá continuar a ter ao seu dispor um conjunto de jogadores que conhece bem e que oferece boas garantias para pensar no sucesso.

Apesar de sermos forçados a reconhecer que se trata de uma eliminatória difícil com a Bielorrússia, vencedora de todos os confrontos em casa desde 2014, a verdade é que a seleção portuguesa tem acumulado uma grande experiência nas duas rondas de acesso ao Grupo Mundial nos encontros com a Alemanha e Cazaquistão. E isso pode ser determinante para ultrapassar barreiras e colocar Portugal num outro patamar junto da elite mundial.

Fazer uma boa programação dos torneios e estudar o modelo de jogo de cada um dos adversários é algo que ajuda a reforçar a ideia que, mesmo jogando em terreno alheio e certamente em piso rápido, Portugal tem a maturidade suficiente, fruto de uma excelente folha de serviços por parte dos nossos jogadores.

Espera-se que nessa altura, a seguir ao Open dos Estados Unidos, João Sousa esteja em alta no seu torneio talismã, tanto em singulares como em pares, o mesmo sucedendo com Gastão Elias, Pedro Sousa e João Domingues, os habituais jogadores convocados para a Taça Davis.

E se a eliminatória é difícil para Portugal, o mesmo também se aplica em relação à Bielorrússia: uma derrota em casa pode relegar a equipa para o Grupo 2. Por isso só é preciso uma coisa: acreditar até ao fim.

 

Norberto Santos, jornalista

 

João Sousa: solidez a alto nível


A clara vitória do português João Sousa na segunda ronda do Open da Austrália frente ao alemão Philipp Kohlschreiber é mais uma demonstração inequívoca da afirmação da sua solidez ao alto nível com um dos melhores triunfos da sua carreira em torneios do Grand Slam.

Quase a dois meses de completar 30 anos, João Sousa continua a dar passos seguros na alta ronda, sendo apontado como uma referência incontornável para o ténis português e ao marcar a 25ª presença em majors, o vimaranense reforçou os níveis de confiança para o confronto com o japonês Kei Nishikori na terceira ronda.

Foram duas maratonas com mais de quatro horas, depois de ter ganho na ronda inicial ao argentino Guido Pella, mas um dos pontos importantes a reter é precisamente o nível de ténis exibido pelo português num confronto com um adversário bem cotado, como é o caso de Kohlscheirber, detentor de 8 títulos ATP.

Sousa passou agora a estar em vantagem frente ao germânico (3-2) e isso abre-lhe as portas para se soltar e continuar a exibir um padrão de jogo mais evoluído que vai ao encontro de algumas alterações introduzidas nos trabalhos da pré-temporada pelo seu treinador Frederico Marques, numa aposta que passa por ter outras soluções com um serviço mais agressivo, isto sem descurar o compromisso e a eficácia da pancada de direita, tudo ajustado com a melhoria da esquerda.

Há determinados pormenores que não devem ser esquecidos nesta fase na construção de uma carreira e João Sousa e obteve a 6ª vitória frente a jogadores do top 40 mundial em torneios do Grand Slam.

Lista de triunfos de João Sousa frente a jogadores top 40 em torneios do Grand Slam:

2019: Open da Austrália

2ª ronda: Philipp Kohlschreiber, Alemanha, 32º ATP

 

2018: Open dos Estados Unidos

2ª ronda: Pablo Carreño Busta, Espanha, 12º ATP

3ª ronda: Lucas Pouille, França, 17º ATP

 

2016: Open dos Estados Unidos

2ª ronda: Feliciano Lopez, Espanha, 18º ATP

 

2015: Open da Austrália

2ª ronda: Martin Klizan, Eslováquia, 34º ATP

 

2013: Open dos Estados Unidos

1ª ronda: Grigor Dimitrov, Bulgária, 29º ATP

 

Norberto Santos, jornalista

 

Masters Peugeot/FPT: uma competição cheia de glamour


É a competição de sonho para quem andou o ano inteiro a competir para garantir o apuramento. O Masters Veteranos Peugeot/FPT, que se disputa na Nave do CAR Jamor Jogos Santa Casa, entre 11 e 13 deste mês, mantém o mesmo glamour, desperta novas atenções, recria o ambiente familiar e social e premeia todos os concorrentes.

Como não podia deixar de ser, a ambição corre nas veias a quem está incluído nos grupos que vão desde os 35 anos aos mais de 65 anos (masculinos) e 60 (femininos). A competição promete ser intensa, a adivinhar pela fase seletiva e pelo conhecimento que os concorrentes têm dos seus adversários.

Há espaço para momentos de diversão, lazer e confraternização, tudo devidamente enquadrado pela motivação extra de cada concorrente ter a sua prendinha, mesmo antes de começar a bater umas bolas nas instalações cobertas do Estádio Nacional.

A Peugeot, marca de referência no ramo automóvel, garante que ninguém vai chegar atrasado ao campo. A viagem é seguramente cómoda entre o hotel oficial (Hotel Vila Galé Collection Palácio dos Arcos) e o Jamor e para as senhoras o percurso até poderá ser feito uns minutos mais rápido se preferirem usar o Espaço Glamour com cabeleireira e maquilhadora no hotel oficial.

Os jogos conferem a tal vertente competitiva mais séria ao evento, mas a confraternização à volta de uma refeição no sábado (com Paelha no menu) é mais um incentivo para uns belos momentos de boa disposição.

E quem quiser ver a capacidade da bagageira do seu futuro Peugeot não perca a oportunidade para fazer o verdadeiro teste: haverá espaço para as toalhas azuis e notebook da Peugeot, material da Wilson (meias, porta-chaves e boné), um pólo da Mike Davis, garrafas da Fonte Viva e até uma manta Cabo d’ Mar.

Por tudo isto, nada melhor do que marcar presença, a partir de sexta-feira no complexo do Estádio Nacional para presenciar, a partir das 11 horas, o Masters Veteranos Peugeot/FPT.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Um 2019 cheio de esperança


Se 2018 pode ser considerado como um dos melhores anos de sempre para o ténis português, 2019 promete ser um ano cheio de esperança a avaliar pela assinatura relativa ao auto de cedência do centro de ténis do Estádio Nacional.

Na realidade, a formalização do ato oficial que decorreu na sede do Instituto Português do Desporto e Juventude confere à Federação Portuguesa de Ténis uma enorme responsabilidade, mas ao mesmo tempo abre o caminho para rasgar novos horizontes.

Na formalização do ato estiveram presentes a Direção Geral do Tesouro e Finanças, representada pelo Subdiretor-geral do Tesouro e Finanças, Miguel Marques dos Santos, o Instituto Português do Desporto e Juventude, através de Vítor Pataco, e Vasco Costa, presidente da Federação Portuguesa de Ténis. O secretário de Estado do Desporto e Juventude, João Paulo Rebelo, também esteve presente.

É com este novo estado de alma, devidamente bem suportado por uma gestão financeira bem equilibrada, que permite encarar os próximos desafios bem exigentes em duas áreas fundamentais: a formação e a competição.

Situado numa zona de excelência, o complexo do Estádio Nacional oferece condições ímpares para a prática do desporto e no caso do ténis em particular isso tornou-se uma realidade a partir do Verão de 1945, aquando da sua inauguração com um festival onde estiveram presentes grandes nomes da modalidade.

Quando se caminha para a festa das Bodas de Diamante, a Federação Portuguesa de Ténis irá dar corpo ao longo dos próximos meses a alterações significativas com a cobertura de 3 campos de terra batida, além da construção de 6 campos em resina acrílica (2 de terra batida serão transformados em piso rápido e mais 4 novos), construção de salas técnicas de apoio, sala de aquecimento polivalente com ginásio e balneários.

O complexo passará a ter 35 campos mais o antigo central do Estoril Open.

“É um desafio marcante para o ténis português e sempre defendi que teremos condições tão boas como aquelas que existem no estrangeiro. Portugal vai ter um dos melhores complexos da Europa”, comentou Vasco Costa, bastante agradado com a assinatura do auto de cedência, uma velha aspiração de outras direções, mas que só agora foi possível concretizar.

O Estádio Nacional carrega um enorme peso histórico e basta lembrar as várias eliminatórias da Taça Davis, desde o final dos anos 40, até à realização do primeiro torneio ATP em Portugal, em 1983, apoiado pela Federação Portuguesa de Ténis, e cuja vitória pertenceu o sueco Mats Wilander.

Além disso, o Estádio Nacional proporcionou aos adeptos do ténis outros grandes momentos, através do Estoril Open (1990-2014) e centenas de torneios internacionais e nacionais, que abrangeram todos os escalões. A pequenada viveu momentos inesquecíveis através do “Sport Goofy”.

A partir de agora há uma nova esperança.

 

Norberto Santos, jornalista

 

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