João Sousa estabelece melhor ranking em pares


Créditos: Fernando Correia

Dois anos depois de ter estabelecido o seu melhor ranking em singulares (28º a 16 de maio de 2016), João Sousa tornou-se oficialmente, esta semana, o melhor jogador português de sempre em pares, ao figurar no 56º lugar, superando a 58ª posição de Nuno Marques, em 1997.

Ao fim de quase 20 anos, e ao que tudo indica João Sousa tem todas as condições para terminar 2018 como nº 1 em singulares e pares, algo que não se registava há muitos anos ao nível da elite. Em singulares, João Sousa encontra-se no 45º lugar e em pares na 56ª posição e distam cerca de 200 pontos nesta variante para entrar no top 50.

A longevidade do reinado de Nuno Marques, atual capitão da Taça Davis, perdurou 21 anos e tem um significado muito especial: o reconhecimento de uma carreira bem recheada e repartida pelas duas variantes.

Os marcos na carreira de Nuno Marques não são fáceis de apagar na nossa memória e só agora é que aparece um João Sousa com uma outra dimensão, munido de armas que lhe possibilitam vitórias tanto em singulares como em pares.

A destreza e compreensão do jogo, aliada ao ganho de outros recursos técnicos e táticos, possibilitam a João Sousa estar na linha de frente com bastante consistência e posicionar-se como uma escolha preferida pelos melhores jogadores de pares, ganhando a sua admiração e respeito quando é chamada a hora das opções nesta variante.

Diga-se, porém, que João Sousa nunca deixou de apostar nos pares e convém recordar que, aos 25 anos, a 6 de outubro de 2014, já figurava no 99º lugar em pares e simultaneamente na 49ª posição em singulares.

Agora, falta um pequeno degrau para João Sousa acrescentar títulos em pares aos três que já conseguiu em singulares no calendário do ATP Tour: Kuala Lumpur, Malásia (2013), Valência (2015) e Millennium Estoril Open (2018).

Recorde-se que Nuno Marques venceu em março de 1997 o ATP de Casablanca, Marrocos, em terra batida, em pares ao lado de João Cunha e Silva, tendo derrotado na final os marroquinos Karim Alami e Hicham Arazi.

Os melhores portugueses de sempre em pares:

João Sousa, 56º (30/7/2018)

Nuno Marques, 58º (21/4/1997)

Cunha e Silva, 72º (13/3/1989)

Emanuel Couto, 91º (6/9/1997)

Leonardo Tavares, 95º (13/9/2010)

Bernardo Mota, 96º (9/6/1997)

Frederico Gil, 105º (20/9/2010)

Gonçalo Oliveira, 113º (23/7/2018)

Gastão Elias, 151º (15/8/2016)

10º Rui Machado, 185º (17/1/2011)

 

Norberto Santos, jornalista

 

E temos Djokovic!


Créditos: Paul Zimmer (ITF)

Não se trata de um slogan vulgar ou de um anúncio de um grande nome. Mas, na verdade, temos Novak Djokovic de volta ao circuito profissional com a recente vitória no torneio de Wimbledon, a quarta nesta única prova de um major que se disputa em relva.

Para a história pouca interessa recordar se Kevin Anderson disparou 172 ases ao longo dos sete encontros e que teve um encontro duríssimo de 6 horas e 36 minutos nas meias-finais. O que os amantes do ténis querem é ação, suspense e obviamente algum drama entre os “Big Three”.

E, verdade seja dita, Novak Djokovic não poderia ter escolhido melhor palco para assinalar o seu regresso a uma conquista numa etapa do Grand Slam, volvidos mais de dois anos de um percurso em que fez uma autêntica travessia do deserto, muito por culpa própria.

O sérvio não mudou apenas de treinador, mas operou mudanças profundas nas suas equipas técnicas e os resultados foram bem piores do que seria possível imaginar. As lesões contribuíram imenso para alguma desorientação, mas, aos poucos, o apoio familiar normalizou os aspetos emocionais e conferiu-lhe a tranquiliade que faltava.

Foi bastante sensato em recuperar o seu antigo treinador, Marian Vajda, e lentamente voltou a ganhar ânimo, fulgor e esperança.

As boas bases técnicas, bem assentes em padrões clássicos, permitiram-lhe apressar a recuperação. Era uma questão de tempo ganhar ritmo de competição porque, afinal de contas, a ambição, que esteve muito tempo escondida, esteve sempre lá.

Esta vitória de Novak Djokovic em Wimbledon, aos 31 anos, vem retomar um tema muito interessante. É que os trintões estão aí para durar, impedindo os mais novos de se afirmarem.

 

Nos últimos 8 torneios do Grand Slam os triunfos foram todos para trintões:

US Open 2016: Stan Wawrinka, 31 anos

Open Austrália 2017: Roger Federer, 35 anos

Roland Garros 2017: Rafael Nadal, 31 anos

Wimbledon 2017: Roger Federer, 35 anos

US Open 2017: Rafael Nadal, 32 anos

Open Austrália 2018: Roger Federer, 36 anos

Roland Garros 2018: Rafael Nadal, 32 anos

Wimbledon 2018: Novak Djokovic, 31 anos

 

Posto isto, e se quisermos ver quem eram os intérpretes da última geração vencedora com menos de 30 anos teremos de recuar a 2011. E quem eram então os verdadeiros artistas?

Open da Austrália: Novak Djokovic

Roland Garros: Rafael Nadal

Wimbledon: Novak Djokovic

US Open: Novak Djokovic

 

Acho que não são precisos muitos mais adjetivos….

 

Norberto Santos, jornalista

 

Tiago Cação: e viva a juventude!


Créditos: Gaspar Ribeiro Lança/Raquetc 2018

O português Tiago Cação é um dos 85 jogadores que com 20 anos ou menos faz parte do top 700 mundial, tendo esta semana estabelecido o melhor registo pessoal ao figurar na 655ª posição na lista ATP.

Com 20 anos completados em Fevereiro, Tiago Cação pertence a um grupo que representa 12,1 por cento dos jogadores que, com 20 anos ou menos, estão situados nos primeiros 700 lugares do ranking.

No contexto atual, trata-se de uma percentagem bastante interessante e que vai de encontro a uma fase de afirmação pessoal, depois de ter sido ultrapassada uma fase de adaptação ao circuito e de muitas incertezas pelo caminho como acontece com muitos jogadores nestas idades.

“Estamos bastante satisfeitos pelo trajeto que o Tiago Cação tem feito neste ano e o primeiro objetivo foi alcançado. Mas fiquei ainda mais contente quando ele nos disse que espera ainda fazer melhor”, comentou Rui Machado, coordenador técnico do CAR Jamor Jogos Santa Casa.

No ITF de Setúbal, torneio apoiado pela Federação Portuguesa de Ténis, Tiago Cação cumpriu a terceira final do ano e tornou-se no segundo jogador com mais pontos conquistados em Portugal em torneios ITF, a seguir a Frederico Silva, este vencedor de 3 provas.

“Nestes últimos meses foram feitas algumas alterações técnicas e o Tiago assimilou essas mudanças. Tem uma boa atitude no treino”, assinalou Rui Machado, um dos seus treinadores numa equipa técnica que integra Gonçalo Nicau, Hugo Anão e o preparador físico Paulo Figueiredo.

“A disponibilidade do Tiago para o treino físico é muito grande e os progressos têm sido notórios. Está mais explosivo e mais rápido e este é o caminho”, observou Paulo Figueiredo.

Tiago Cação reforçou o estatuto de nº 10 nacional e na passagem por Setúbal ganhou a Frederico Gil e Nuno Borges, jogadores que estão à sua frente no ranking.

 

Número de jogadores com 20 anos ou menos no ranking mundial masculino:

No top 100: 6

Entre 100-200: 7

200-300: 9

300-400:12

400-500: 12

500-600: 18

600-700: 21

 

Países com mais jogadores no top 700 mundial

com 20 anos ou menos:

Estados Unidos: 9

França: 7

Japão: 7

Itália: 6

Rússia: 6

Brasil: 5

Espanha: 4

Austrália: 4

Argentina: 3

 

Norberto Santos, jornalista

 

 

Nuno Marques: Primeiro português a vencer um top 100 foi há 30 anos


Tinha acabado de completar 18 anos há pouco mais de dois meses e teve uma estreia abençoada nas provas do então chamado ‘Grand Prix’. Estamos a falar de Nuno Marques que, em junho de 1988, tornou-se no primeiro português a derrotar um top 100 mundial.

Aconteceu em Atenas, Grécia, e o adversário era um nome bastante respeitado no circuito. Trata-se do espanhol Fernando Luna, campeão do seu país em 3 ocasiões (1977, 1980 e 1981), um verdadeiro especialista em pó de tijolo, e o português levou a lição bem estudada para seguir em frente, ganhando a primeira ronda por 6-2 e 7-6.

Luna tinha 30 anos e ocupava o 81º lugar do ranking mundial. Marques tinha a ‘inocência’ de figurar num modesto 232º posto na hierarquia ATP, posição essa, no entanto, suficiente para estar debaixo dos holofotes dos agentes internacionais.

Para o tenista do Boavista, orientado por Luís Sousa, não seria preciso esperar muito tempo para ter contratos por bónus de roupa e equipamento e captar as atenções de patrocinadores.

A fama do jovem portuense vinha de muito longe e com 12 anos enchia as primeiras páginas da imprensa portuguesa por ter conseguido um feito inédito ao ser vice-campeão europeu em Blois, França, para menores de 12 anos.

Perderia para o soviético Andrei Cherkasov, mas o que Nuno Marques trouxe ao ténis português, tal como João Cunha e Silva (nº 1 mundial de juniores em 1985) foi uma alma nova, uma diferente perspectiva de abordagem nacional, ‘obrigando’ a uma outra capacidade de resposta de todos os agentes.

Para quem com 16 anos e 65 dias fez a sua estreia na Áustria, pela Seleção Nacional da Taça Davis, ainda hoje um recorde, estava desenhada uma bonita carreira internacional.

Nessa altura pouco se ligava aos feitos dos tenistas portugueses e não havia muitos elementos comparativos. Tudo era novo. Estava-se a descobrir um mundo novo e aquele miúdo que aprendeu a jogar ténis com o seu pai, Joel Marques, no Clube de Ténis do Porto (que este ano festeja o 50º aniversário) deu um forte impulso à modalidade.

A primeira vitória portuguesa frente a um top 100 foi obtida por Nuno Marques há 30 anos. Aqui fica o registo e o desafio para outros jogadores conquistarem outras tantas vitórias.

 

Norberto Santos, jornalista

 

 

Por mais alguns títulos


Entre lesões, paragens e a passagem de mais um aniversário, Rafael Nadal deixou bem vincada a sua supremacia na terra batida conseguindo, desta feita, feitos que se traduzem em novos desafios para a conquista do 12º título em Roland Garros em 2019.

É por demais evidente e consensual que o espanhol seja considerado o rei da terra batida, tais são os seus recursos técnicos no pó de tijolo. Mas, aos 32 anos, Nadal apresentou uma nova versão, mais moldada e aperfeiçoada aos chamados tempos modernos.

O conceito é o mesmo, mas aqui e ali, o líder mundial é bem mais agressivo. Encurtar os pontos quando é necessário também faz parte da versão atual do esquerdino de Manacor, não se remetendo a tentar ganhar os pontos em duelos intermináveis no fundo do campo.

Roger Federer e Rafael Nadal continuam no topo porque sabem agregar novos elementos ao seu jogo. Têm essa capacidade de absorver ideias e isso faz deles algo de muito diferente em confronto com a nova geração. Tanto o suíço como o espanhol continuam a vislumbrar novas etapas e a aperfeiçoar os tais pequenos detalhes, trabalhando pormenores de recuperação física e de alimentação com a mesma vontade com que se iniciaram no profissionalismo.

O que Nadal conseguiu em Paris é algo extraordinário e que nenhum jogador na Era Open (início em 1968) tinha sonhado ser possível de concretizar: 11 títulos, praticamente o dobro do sueco Bjorn Borg, que venceu o sexto campeonato em Roland Garros em 1981.

Nadal leva 14 presenças nos Internacionais de França e só por duas vezes foi derrotado: em, 2009 para o sueco Robin Soderling e em 2015 para Novak Djokovic, o que se traduz numa soma de 82 vitórias contra 2 derrotas.

Ao conquistar o coração dos franceses, Nadal lançou o maior desafio a si próprio: onde é que ele irá festejar o próximo título do Grand Slam para se aproximar das 20 vitórias de Roger Federer?

Esta é a grande incógnita, mas não ficaríamos admirados se por esta altura e daqui a um ano, Nadal voltasse a chorar com a Taça dos Mosqueteiros a seu lado.

O ténis tem esta beleza: os campeões não têm limites.

 

Jogadores com mais títulos do Grand Slam:

1º Roger Federer, Suíça, 20

2º Rafael Nadal, Espanha, 17

3º Pete Sampras, EUA, 14

4º Roy Emerson, Austrália, 12

5º Novak Djokovic, Sérvcia, 12

6º Rod laver, Austrália, 11

7º Bjorn Borg, Suécia, 11

8º Bill Tilden, EUA, 10

 

Jogadores com mais títulos no mesmo torneio:

1º Rafael Nadal, Roland Garros, 11

2º Rafael Nadal, Monte Carlo, 11

3º Rafael Nadal, Barcelona, 11

4º Roger Federer, Halle, 9

5º Roger Federer, Wimbledon, 8

6º Guillermo Vilas, Argentina, 7

 

Norberto Santos, jornalista

 

 

O que mudou em 5 anos


Há razões mais do que suficientes para afirmar que o ténis português está a passar por uma fase de profunda alteração estrutural, rompendo com uma mudança de hábitos, sendo esta, na realidade, uma nova era.

Antes do início de Roland Garros e num balanço aos últimos resultados nesta temporada importa salientar o mérito de muitos agentes, desde jogadores, treinadores, organizadores de eventos e direção federativa.

Portugal tem vindo a cimentar uma posição respeitável tanto nas assembleias da Federação Internacional de Ténis como no ATP World Tour, em grande parte devido à elevada qualidade dos padrões de qualidade dos seus eventos.

O esforço que tem sido feito nesse sentido tem cativado muitos interesses e proporcionado uma feliz simbiose em termos de retorno e de patrocínios, devidamente conjugada com a obtenção de resultados.

As últimas três semanas são uma prova disso mesmo através do Millennium Estoril Open (vitória de João Sousa), Braga Open (triunfo de Pedro Sousa) e Lisboa Belém Open (com Pedro Sousa a chegar às meias-finais).

Esta onda de verdadeiro entusiasmo contagiou adeptos e agora resta esperar mais um ano para uma nova edição. A realização de dois torneios Challenger foi a moldura perfeita para enquadrar a vitória de João Sousa no Estoril e mostrar que estas competições são indispensáveis ao progresso do ténis nacional, a par dos Futures que fazem parte do processo de formação dos nossos jogadores no alto rendimento.

Entre a vitória de João Sousa em Guimarães, em 2013, e a de Pedro Sousa em Braga, em 2018, há um intervalo de cinco anos, tempo suficiente para se balizar as diferenças e de analisar a evolução.

Vejamos então uma comparação dos rankings, a seguir aos Challengers de Guimarães e de Lisboa/Belém:

2013 (29 julho):

1º João Sousa, 90º

2º Gastão Elias, 132º

3º Pedro Sousa, 260º

4º Rui Machado, 357º

5º Frederico Gil, 497º

6º João Domingues, 553º

7º André Gaspar Murta, 724º

8º Frederico Silva, 729º

9º Leonardo Tavares, 812º

10º Henrique Sousa, 1.152º

 

2018 (21 maio):

1º João Sousa, 48º

2º Gastão Elias, 107º

3º Pedro Sousa, 120º

4º João Domingues, 210º

5º Gonçalo Oliveira, 221º

6º João Monteiro, 268º

7º Frederico Silva, 311º

8º Frederico Gil, 426º

9º Nuno Borges, 540º

10º Tiago Cação, 689º

 

E agora atentemos o que mudou em 5 anos:

1 – João Sousa estava a fazer a abordagem aos torneios do Grand Slam, jogando os quadros principais.

2 – Há 5 anos, o vimaranense ainda não dispunha de um fisioterapeuta para o acompanhar aos grandes torneios.

3 – Portugal organizava metade dos Futures masculinos comparativamente à oferta que existe para 2018.

4 – Ainda se vivia de imagem de Frederico Gil, finalista do Estoril Open em 2010.

5 – João Sousa tinha sido o quarto jogador a integrar o top 100 mundial. Fê-lo aos 23 anos em 15 de outubro de 2012, ocupando o 99º lugar.

6 – Gastão Elias foi o quinto e último jogador a juntar-se ao top 100 ATP. Aconteceu quando tinha 25 anos, a 25 de abril de 2016, com a 94ª posição.

7 – Desde a vitória de João Sousa em Guimarães (2013), Portugal somou 10 títulos em torneios Challenger.

8 – Portugal voltou a estar representado em singulares e pares nos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro (2016), através de João Sousa e Gastão Elias.

9 – Pela segunda vez na história, Portugal disputou o playoff de acesso ao Grupo Mundial na Taça Davis, defrontando em setembro de 2017 a Alemanha.

10 – A passagem do 93º aniversário da Federação Portuguesa de Ténis ficou marcada pela assinatura do contrato com o governo que permite à entidade federativa assumir a gestão do complexo do Complexo do Estádio Nacional, dotando o CAR Jamor Jogos Santa Casa de melhores condições.

 

Norberto Santos, jornalista

 

 

Pedro Sousa assegura para Portugal 40 títulos em torneios Challengers


Pedro Sousa deu a Portugal o 40º título em torneios da categoria Challenger, desde que os tenistas nacionais começaram a ter contacto com este escalão nos finais nos anos 80. Foi o culminar de duas semanas consecutivas de sucesso ao cumprir-se mais um feito inédito : depois de João Sousa conquistar o Millennium Estoril Open foi a vez de Pedro Sousa a vencer o Braga Open.

Com a vitória no Braga Open, Pedro Sousa somou a 4ª vitória em Challengers, elevando para 40 o número de troféus arrecadados por 9 jogadores nos últimos 29 anos.

O Braga Open foi realizado pela primeira vez e contou com o apoio da Federação Portuguesa de Ténis e da Câmara Municipal de Braga, tendo sido garantida a sua continuidade para 2019.

Em provas nacionais neste escalão, Pedro Sousa, de 29 anos, sucedeu a João Sousa, que tinha sido o último jogador a conquistar um Challenger em casa, mais precisamente em Guimarães, em 2013, entre 22 e 28 de Julho.

 

Integrado na estrutura do CAR Jamor Jogos Santa Casa e sob a coordenação de Rui Machado (curiosamente o português com o maior número de títulos Challenger, 8), Pedro Sousa ascendeu 15 lugares no ranking mundial, ocupando esta semana o 129º posto, sendo o nº 3 nacional, a seguir a João Sousa e Gastão Elias.

 

Um milhão de dólares na competição

Esta vitória de Pedro Sousa vai de encontro ao trabalho que tem sido desenvolvido pela Federação Portuguesa de Ténis no apoio a uma série de eventos internacionais. Ao todo, o valor global eleva-se a um milhão de dólares, designadamente nos Futures (19 masculinos e 20 femininos) e nos dois Challengers (Braga e Lisboa Belém Open, a decorrer esta semana).

Os jogadores têm, finalmente, à sua disposição um quadro competitivo de elevado nível, que lhes permite conquistar pontos, tendo todos eles o devido enquadramento técnico, através do CAR Jamor Jogos Santa Casa.

 

Portugueses vencedores de Challengers:

 

RUI MACHADO, 8

2011: Marraquexe, Rijeka, Poznan e Szczecin

2010: Nápoles e Assunção

2009: Méknes e Atenas

 

GASTÃO ELIAS, 7

2017: Campinas

2016: Turim e Mestre

2015: Lima e Guayaquil

2013: Santos

2012: Rio de Janeiro

 

FREDERICO GIL, 6

2010: Milão

2009: Nápoles

2008: Sassuolo e Istambul

2007: Sevilha

2006: Sassuolo

 

JOÃO SOUSA, 5

2013: Guimarães e Furth

2012: Mérsin e Tampere

2011: Furth

 

NUNO MARQUES, 5

1996: Açores e Ahmedabad

1995: Açores

1989: Madeira e Vilamoura

 

PEDRO SOUSA, 4

2018: Braga Open

2017: Francavilla, Liberec e Como

 

JOÃO CUNHA E SILVA, 3

1995: Monterrey

1990: Turim e São Paulo

 

JOÃO DOMINGUES, 1

2017: Mestre

 

EMANUEL COUTO, 1

1995: Punta del Este

 

Norberto Santos, jornalista

 

João Sousa, a alma de guerreiro


Simplesmente admirável a maneira como João Sousa descobriu o caminho para o sucesso ao conquistar o Millennium Estoril Open, o terceiro título que lhe deu a maior satisfação de uma carreira que pode ser ainda mais enriquecida.

Aquele que é o melhor jogador português de sempre e bandeira da Seleção Nacional da Taça Davis, que representa desde 2008, inverteu toda a lógica das três anteriores presenças no Clube de Ténis do Estoril e mostrou um nível técnico jamais visto.

São pequenos pormenores que à primeira vista passam um pouco despercebidos, mas que esta semana sobressaíram em compita com jogadores mais novos e melhores classificados no ranking mundial.

O padrão exibicional de João Sousa não merece quaisquer reparos, tal foi a inteligência em saber utilizar todos os recursos técnicos, numa demonstração cabal que o trabalho compensa ao lado do seu técnico Frederico Marques. Foram anos e anos a fio a trabalhar para aperfeiçoar o gesto de uma pancada e o enquadramento no terreno. Seja o serviço ou o jogo de pés, mas, acima de tudo, João Sousa demonstrou que está a atravessar aquela fase adulta e que sabe gerir a pressão, sem entrar em conflito consigo próprio.

É este tipo de perfil que um jogador precisa de ter para singrar no duro circuito profissional e onde só a conjugação de vários fatores permitem lidar com o sucesso. Dito por outras palavras, não importa jogar bem uma ou duas partidas e ser eliminado a seguir. O importante é saber ultrapassar os vários obstáculos e saber interpretar táticas e técnicas diferentes consoante os adversários e o seu nível. Mentalmente, como dizem os franceses, é preciso estar “au point”.

Ténis nacional em alta

Há muito tempo que o ténis português vinha dando sinais de afirmação a nível mundial. A subida de nível é notória – e pela primeira vez temos 7 jogadores no top 300 nacional – e no topo da pirâmide, Portugal disputou em setembro do ano passado, no Jamor, a eliminatória de acesso ao play-off do Grupo Mundial frente à Alemanha.

Um motivo de natural orgulho quando se chega a esta fase de uma competição centenária como a Taça Davis. Os objetivos têm sido bem interpretados pelos jogadores e pela direção federativa que tem facultado todas as condições à Seleção Nacional.

Não foram precisos mais do que seis meses para no 93º aniversário da Federação Portuguesa de Ténis ter sido assinado o protocolo com o Estado, ficando a entidade federativa responsável pela exploração do complexo do Estádio Nacional. Não poderia ter havido melhor prenda de anos para quem porfiou tanto para assegurar uma digna gestão de um espaço que é considerado um verdadeiro pulmão da alta competição e onde está instalado o CAR Jamor Jogos Santa Casa.

Agora, foi a vez de João Sousa com a sua alma de guerreiro dar-nos alegrias sem fim. Uma vitória histórica e que será lembrada por todos aqueles que estiveram no Clube de Ténis do Estoril.

E pode muito bem acontecer que nas bancadas um qualquer ‘guerreiro’ queira herdar a mesma alma do nosso João Sousa para daqui a uns anos também fazer história. Especialmente em Portugal ou em qualquer outra parte do mundo…

 

Norberto Santos, jornalista

 

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