Nacional Absoluto: ciclos de continuidade


A vitória de João Monteiro no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto confirmou aquilo que poderá ser designado por ciclos de continuidade, já que horas antes Francisca Jorge averbou a segunda vitória consecutiva e Jean Paul Melo conquistou o tetra no Nacional em Cadeira de Rodas/Taça Angelini no Clube de Ténis de Porto, a festejar os 50 anos.

A prova máxima do calendário da Federação Portuguesa de Ténis foi marcada pela tradição e renovação, mas o mais importante terá sido a mensagem dada pelos campeões: há muito mais para ganharem e todos eles têm espaço para continuarem a arrecadar troféus.

Ausente o ano passado por lesão, João Monteiro sucedeu a João Sousa e voltou a ser campeão, tal como aconteceu em 2016. Encerra a temporada em alta com três títulos seguidos em Tavira, Idanha-a-Nova e São Brás de Alportel que o colocam no 312º lugar ATP.

João Monteiro, de 24 anos, beneficiou imenso da competição interna, através de um circuito de torneios apoiados pela Federação Portuguesa de Ténis em colaboração com os organizadores das provas.

Foram 24 semanas a competir este ano, 15 das quais em Portugal, onde conquistou a maior parte dos pontos no ranking mundial. Em 2018, João Monteiro passou por todas as sensações: um Grand Slam (disputou a qualificação no Open da Austrália), uma prova do circuito ATP (qualifying do Millennium Estoril Open), nove Challengers e mais de uma dezena de Futures.

Com Francisca Jorge o segundo título consecutivo abre-lhe as portas para sonhar com um ciclo vitorioso que se pode estender no tempo. Tem 18 anos, é a melhor portuguesa no ranking WTA e tem todas as condições para marcar esta nova geração.

Tal como aconteceu com o campeão masculino, Francisca Jorge fez a maior parte do calendário em Portugal, onde participou em 17 torneios. A série de provas apoiadas pela Federação Portuguesa de Ténis foi devidamente aproveitada para ter ritmo e ir adquirindo confiança, culminando com o segundo título consecutivo para a jogadora que integra a estrutura do CAR Jamor/Jogos Santa Casa.

No Campeonato Nacional em Cadeira de Rodas/Taça Angelini, Jean Paul Melo averbou o quarto título consecutivo frente a outra lenda da modalidade, Carlos Leitão, numa final que se prolongou por quase três horas. Também aqui, Jean Paul Melo tem as portas abertas para chegar a um feito histórico: o penta campeonato.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Campeonato Nacional: tradição e renovação


É num verdadeiro ambiente de festa que este ano se disputa o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto. E duas razões sobrepõem-se aquilo que poderia ser mais uma prova: a tradição regressa ao emblemático Clube de Ténis do Porto, a comemorar a passagem dos 50 anos, e a ela junta-se a confirmada renovação dos quadros principais.

É um cenário bem diferente do passado e, de certa maneira, até pode ser visto como um regresso ao futuro. A última vez que o Clube de Ténis do Porto, fundado em 1968, recebeu o Campeonato Nacional Absoluto foi em 1992. Ou seja: a prova regressa a uma coletividade histórica e com grandes pergaminhos no ténis português.

Vulgarmente conhecido como “CÊTÊPÊ”, o Clube de Ténis do Porto revelou-se ao longo destes 50 anos como um viveiro de campeões, onde a formação era a pedra basilar. Mesmo nos primeiros anos do clube, que tinha a sua sede na Rua da Fábrica de Salgueiros, já era bem visível a imagem de marca e uma identidade muito própria na ligação à formação.

Com a chegada do técnico australiano Richard Howes no início dos anos 70, tudo se alterou e foram criadas as bases que sustentaram um trabalho que perdura até aos dias de hoje e onde não se podem esquecer nomes como os dos professores Francisco Coelho e Maria José Silva.

O Clube de Ténis do Porto foi crescendo em ambição, estruturas e organização, sendo apontado como uma referência quando falamos dos marcos importantes do desenvolvimento do ténis nacional. Estamos a referir-nos, por exemplo, à crescente criação de estruturas, desde o “Handy” aos campos cobertos, remodelação da sede social e, como não poderia deixar de ser, a organização de grandes eventos internacionais que veio dar uma outra dinâmica à vida do clube.

Assistiu-se a grandes duelos entre jogadores portugueses e no último Campeonato Nacional Absoluto, no CTP, em 1992, a prova disso foi a vitória de Nuno Marques frente a João Cunha e Silva.

Volvidos 26 anos, o Clube de Ténis do Porto abre as suas portas a muita gente jovem. É a progressiva renovação que está a ser feita de forma gradual, muito por força do investimento da Federação Portuguesa de Ténis ao colaborar com as organizações no apoio a uma série de torneios masculinos e femininos.

O retorno desse apoio está aí à vista e a culminar 2018, Portugal tem o maior registo de sempre com 28 jogadores com pontos ATP, um acréscimo de mais 3 jogadores em relação a 2017. Existem algumas caras novas como Pedro Araújo (16 anos), Fábio Coelho (18 anos), João Graça (17 anos), Afonso Salgado (21 anos) e Gonçalo Ferreira (17 anos), todos eles estreantes no ranking mundial.

Portugal apresenta 11 jogadores com menos de 20 anos na lista ATP, um número que não deixa de ser interessante. Nas senhoras, a tradição também nos diz que a renovação é feita mais cedo. O passo seguinte é a confirmação a um patamar mais elevado no ranking mundial.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Momentos de glória na Taça Davis


A expressiva vitória de Portugal frente à África do Sul (4-0) na Taça Davis é mais um momento de glória, a juntar a muitos outros, que o ténis nacional tem vivido nos últimos tempos com uma imagem respeitável, renovada e de afirmação internacional.

Num contexto sempre difícil quando se fala de uma competição centenária como a Taça Davis e numa altura em que estamos presentes frente a um novo desafio, Portugal soube estar à altura das responsabilidades numa eliminatória difícil.

Todos sabemos que se torna mais fácil falar depois das vitórias, mas há que reconhecer o brio dos jogadores e da equipa técnica, liderada nos últimos cinco anos por Nuno Marques, sem esquecer o devido enquadramento federativo no apoio aos jogadores e staff técnico. Estas são áreas bastante delicadas, como acontece em qualquer seleção, mas Portugal deve orgulhar-se da disponibilidade demonstrada pelos seus jogadores no contributo à equipa de todos nós.

Novas exigências aí estão à porta e a partir do próximo dia 30 ficaremos a saber se iremos viajar até ao Cazaquistão ou receber o Canadá para disputar o qualifying, que irá permitir fazer parte da grande mostra mundial no renovado projeto da competição em 2019, que passará a chamar-se Davis Cup Finals.

Portugal participa na Taça Davis desde 1925, ano em que foi criada a Federação Portuguesa de Ténis e na sua história averbou a 46ª vitória.

Em jeito de resumo, aqui fica o registo de 10 momentos de glória de Portugal na Taça Davis:

1 – A demonstração cabal das potencialidades dos nossos jogadores na eliminatória com a África do Sul. Temos uma seleção muito experiente e equilibrada que permitiu ter novamente acesso à janela do Grupo Mundial em fevereiro de 2019.

2 – Nuno Marques, que foi o mais novo jogador de sempre a estrear-se na Taça Davis com 16 anos e 65 dias, despediu-se do cargo de capitão, revelando uma grande franqueza e humildade nas suas declarações. Outras exigências falaram mais alto, mas a enorme correção e sentido de justiça é de enaltecer, até para bem da equipa.

3 – A adaptação que os nossos jogadores fazem ao seu calendário para estarem presentes numa eliminatória em Outubro. A boa ligação criada entre a entidade federativa e jogadores está sólida e Portugal pode ser visto com um exemplo por esse mundo.

4 – Os números de João Sousa são impressionantes e em 2019 pode superar o velho recorde de João Cunha e Silva que nos anos 80 e 90 foi um dos pilares da seleção nacional, a par de Nuno Marques. O vimaranense somou a 23ª vitória em singulares, apenas menos duas que o antigo campeão nacional.

5 – Para se ter chegado a este patamar de exigência não se pode olvidar o percurso marcante de outras gerações que ajudaram a abrir o caminho. E, sem dúvida, Frederico Gil e Rui Machado foram dois colossos, representando a seleção nacional mais de 10 anos com importantes vitórias.

6 – Na variante de pares, tida como muitas vezes decisiva nas grandes decisões, Portugal tem apresentado bons argumentos nos últimos anos, desde Emanuel Couto, Leonardo Tavares a Gastão Elias, jogadores todos eles tecnicistas e sempre bem apoiados pelos parceiros.

7 – Com um João Sousa solidamente instalado no top 100 mundial, Portugal fez a sua estreia com um jogador do top 100 através de Frederico Gil em março de 2009, em Nicósia, no Chipre, ganhando o seu singular.

8 – Neste século, Portugal averbou a 25ª vitória em eliminatórias da Taça Davis em 46 encontros. Um número curioso vai para o atual líder federativo: a exercer o seu segundo mandato, o presidente Vasco Costa assistiu no CIF à 10ª vitória de Portugal.

9 – Os três ciclos vitoriosos de Portugal em 2010, 2013 e 2015. Três triunfos em cada ano representam um certificado de qualidade para o ténis nacional.

10 – Foi em Abril de 1963 que aconteceu a primeira vitória de Portugal na Taça Davis frente ao Luxemburgo, no Clube de Ténis do Estoril. Aqui fica o pioneiro registo de muitos momentos de glória, vividos anos mais tarde como a expressiva vitória frente à Grã-Bretanha, em 1994, na Foz, que abriu as portas à disputa do playoff de acesso ao Grupo Mundial.

 

Norberto Santos, jornalista

 

A eliminatória do ‘mata, mata’


Parafraseando uma linguagem muito popular no futebol, a eliminatória entre Portugal e África do Sul, nos dias 19 e 20 deste mês, não pode ser encarada de outra maneira: é um jogo ao estilo do ‘mata, mata’ para a Seleção Nacional que volta a pisar os campos do centenário CIF, em Lisboa.

“Ganhar ou ganhar” é a palavra-chave para um duelo que se antevê difícil, embora Portugal tenha a vantagem teórica de jogar em casa e no seu piso favorito, em terra batida. Mas este é dos tais confrontos carregados de tradição e onde está em jogo algo muito importante: o caminho para a Davis Cup Finals em 2019.

Se Portugal ganhar terá acesso em fevereiro do próximo ano ao qualifying do novo modelo da competição. Se tal vier a acontecer, Portugal pode deslocar-se ao Cazaquistão ou receber o Canadá.

É este o cenário que transporta muita motivação aos pupilos de Nuno Marques, que convocou João Sousa, Pedro Sousa, Gastão Elias e João Domingues. Os sul-africanos têm em Lloyd Harris o seu melhor elemento e o único com uma boa cotação (113º ATP), sendo Nicolaas Scholtz o segundo, já mais longe em termos de ranking (492º).

Quando Portugal bateu a África do Sul…

Este será o quarto confronto entre Portugal e a África do Sul na história da competição com os nossos adversários a terem uma vantagem de 2-1.

O primeiro duelo foi disputado em Londres em campos de terra batida (saibro) e a África do Sul ganhou por 4-1; depois em 2000, no complexo da Maia, Portugal empatou ganhando por 3-2, num conjunto que integrou Nuno Marques e Emanuel Couto (ambos fazendo agora parte da equipa técnica). Em 2003, Portugal viajou até à África do Sul e perdeu por 5-0. Foi uma deslocação difícil, agravada pela falta de apoio à equipa, levando à demissão do carismático José Vilela do cargo de capitão.

A terminar convém também recordar que Portugal averbou pela primeira vez na sua história uma vitória por falta de comparência e foi precisamente frente à África do Sul. Aconteceu em 1972 e isso deveu-se à exclusão daquele país devido ao apartheid.

A decisão pertenceu ao próprio Comité da Taça Davis a 14 de abril de 1972, numa reunião que decorreu em Copenhaga, na Dinamarca. Nove países do bloco socialista ameaçaram boicotar a competição se a Federação Internacional permitisse a entrada da África do Sul. Por maioria, foi aceite a desqualificação da África do Sul e da Rodésia nesse ano. Mas a Federação Internacional conseguiu posteriormente uma solução que salvaguardou o interesse da Taça Davis. Quem boicotasse a presença da África do Sul também ficaria suspenso por um ano…

E progressivamente, a África do Sul foi retomando a competição internacional que culminou com a reentrada nos Jogos Olímpicos, de onde esteve ausente entre 1964 e 1992.

Por ironia do destino, em 1974, a África do Sul conquistaria a Taça Davis. Mas, todavia, sem haver disputa da final frente à Índia. O governo indiano proibiu os seus jogadores de competir por discordar da política de apartheid da África do Sul.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Afirmação a nível mundial


Um ano memorável para o ténis português: a passagem dos 93 anos da Federação Portuguesa de Ténis ficou assinalada pela assinatura com o governo da gestão do complexo do Jamor, em maio João Sousa conquistou o Millennium Estoril Open e, agora, é a vez de Portugal fazer a sua afirmação a nível mundial ao ganhar a candidatura para ser realizada, em Lisboa, entre 24 e 27 de setembro de 2019, a Assembleia Geral Eleitoral da Federação Internacional de Ténis.

Trata-se, sem qualquer dúvida, de um marco histórico para a modalidade em Portugal e para o desporto nacional. É um desafio marcante a todos os níveis quando estamos a falar de uma representação oficial de cerca de 160 países com assuntos em agenda que serão decisivos para as próximas gerações.

Habituado a receber grandes competições mundiais, Portugal nunca tinha sido o epicentro de uma realização a este nível e, por essa razão, vai apresentar-se ao Mundo confiante que poderá receber no futuro outros importantes eventos.

A Assembleia Geral Eleitoral em Lisboa poderá significar, por outro lado, a reafirmação da política encetada pelo presidente norte-americano David Haggerty, quando foi eleito em Santiago do Chile em 2015, contando com o apoio da atual direção federativa liderada por Vasco Costa.

Até agora, Haggerty tem sabido gerir muito bem os problemas e não tem havido vozes discordantes, sinal evidente que poderá caminhar para um segundo mandato e ver a sua posição reforçada quando for a votos em Portugal.

Lista dos últimos presidentes da ITF:

1977-1991: Philippe Chatrier, França (14 anos)

1991-1999: Brian Tobin, Austrália (8 anos)

1999-2015: Francesco Ricci Bitti, Itália (16 anos)

2015-?: David Haggerty, EUA

Na linha da frente

Por outro lado e bastante significativo é o facto de o nosso país estar na linha da frente em outros eventos da Federação Internacional, como é o caso de duas situações em 2019: a poule de qualificação europeia para o Mundial em Cadeira de Rodas, em abril, e depois, em agosto, o Mundial de Veteranos (nos escalões de +50/+55 e +60 anos).

Qualquer destas realizações acarreta um enorme prestígio desportivo e responsabilidade, além de dar a conhecer o excelente nível das nossas realizações, mesmo quando estas trazem mais de meio milhar de pessoas.

 

Norberto Santos, jornalista

 

João Sousa: 10 curiosidades em Grand Slams


Simplesmente fantástico o percurso de João Sousa no US Open, onde deu mostras da sua capacidade tenística, garra e atributos técnicos que culminou com mais um registo histórico nos oitavos-de-final, no qual defrontou Novak Djokovic.

Quando se trata de defrontar a elite mundial, o português potencia as suas qualidades, conseguindo quebrar barreiras históricas. Há muito tempo que perseguia a meta de chegar aos oitavos-de-final de um Grand Slam e, aos 29 anos, ei-lo num patamar de eleição.

Por termos um João Sousa histórico, este texto também foi feito com base num contexto histórico.

Aqui ficam então as 10 curiosidades em redor de João Sousa em torneios do Grand Slam:

1 – 20 VITÓRIAS PARA O “CONQUISTADOR”

É verdade. João Sousa já vai na 20ª vitória em ‘majors’ em quadros principais. Neste Open dos Estados Unidos somou 3.

2 – MELHORES TRIUNFOS

O vimaranense regista 6 triunfos de eleição frente a jogadores do top 50 mundial e as melhores vitórias foram obtidas este ano frente ao espanhol Pablo Carreño Busta (12º) e ao francês Lucas Pouille (17º). Outras boas vitórias de João Sousa:

    2013 – US Open, bateu Grigor Dimitrov (29º)

              - US Open, bateu Jarkko Nieminen (41º)

    2015 – Open da Austrália, bateu Martin Klizan (34º)

    2016 – US Open, bateu Feliciano Lopez (18º)

3 – DUELOS COM ‘TOP 10’

Já são mais de uma dezena, depois do último confronto com Novak Djokovic. João Sousa tem registados 11 duelos com jogadores do top 10 mundial.

Vamos então à contabilidade:

    Open da Austrália (2013): Andy Murray, 3º ATP

    US Open (2013): Novak Djokovic, 1º

    Roland Garros (2014): Novak Djokovic, 2º

    Wimbledon (2014): Stan Wawrinka, 3º

    Open da Austrália (2015): Andy Murray, 6º

    Roland Garros (2015): Andy Murray, 3º

    Wimbledon (2015): Stan Wawrinka, 4º

    Open da Austrália (2016): Andy Murray, 2º

    Roland Garros (2017): Novak Djokovic, 2º

    Open da Austrália (2018): Marin Cilic, 6º

    US Open (2018): Novak Djokovic, 6º

4 – PRESENÇAS EM QUADROS PRINCIPAIS

Contabilizou em Nova Iorque, a 24ª presença em ‘majors’, sendo aquela em foi mais longe na carreira (oitavos-de-final).

5 – REGISTO EM QUALIFICAÇÕES

João Sousa tinha 21 anos quando fez a sua estreia na fase de qualificação do seu primeiro Grand Slam. Foi no Open da Austrália, em 2011, quando perdeu para o francês Josselin Ouanna. O português era então o nº 243º mundial.

6 – EMANCIPAÇÃO

Durante 3 anos (entre 2011 e 2013), o vimaranense participou em fases de qualificação, sendo que em 2013 isso aconteceu por uma única vez em Wimbledon. A partir daí e com 24 anos entrou sempre nos quadros principais.

7 – ESTREIA COMO TOP 100

A estreia de João Sousa como membro do top 100 mundial deu-se no US Open em 2013. Entrou como 95º mundial e para surpresa de muitos chegou à 3ª ronda com duas excelentes vitórias frente a Grigor Dimitrov (29º) e Jarkko Nieminen (41º), perdendo a seguir para o nº 1 mundial, Novak Djokovic.

8 – JOGO MAIS LONGO

O encontro mais longo de João Sousa em ‘majors’ aconteceu frente ao francês Lucas Pouille no US Open de 2018. Durou 3 horas e 38 minutos, superando em 6 minutos o registo de uma outra maratona no US Open em 2014, quando bateu o canadiano Frank Dancevic (135º mundial) na 1ª ronda, ao fim de 3 horas e 32 minutos.

9 – MELHOR RANKING

João Sousa entrou em Roland Garros em 2016 com o seu melhor ranking de sempre em ‘majors’ ao figurar na 29ª posição, pouco dias depois de ter obtido a sua melhor classificação de sempre ATP com um 28º lugar, a 16 de maio de 2016.

10 – EQUIPA TÉCNICA

Ao longo dos últimos 8 anos em que tem pisado os grandes palcos mundiais, João Sousa nunca prescindiu de ter a seu lado o técnico português Frederico Marques. Não é muito comum um jogador ter a seu lado um treinador durante tantos anos consecutivos.

Muitos parabéns a ambos por tudo o que têm feito pelo ténis português.

 

Norberto Santos, jornalista

 

Frederico Gil: Quando os desafios são eternos


Créditos: Desporto na Linha

Invariavelmente de tempos a tempos, a pergunta é sempre a mesma: “Quando tenciona deixar de jogar?”. E a resposta mantém-se sempre fiel ao guião original: “Por agora, continuo a ter uma enorme vontade de jogar ténis”, assegura Frederico Gil, que fechou com chave de ouro o 10º título da carreira em torneios Future ao ganhar na Beloura, batendo Tiago Cação. Foi o 8º título da carreira conquistado em Portugal.

O mais importante a reter é a certeza que, aos 33 anos, Frederico Gil alimenta a vontade de querer ainda dar muito de si à modalidade. E muito provavelmente não estará muito longe de voltar a viver uma alegria se voltar a integrar o top 400 (esta semana é o 409º mundial), o que aconteceu pela última vez em 17 de junho de 2013 (estava no 394º lugar e tinha 28 anos), quando forem contabilizados os pontos conquistados na Beloura.

Não prescindindo de ter a sua equipa técnica (é agora orientado por Eduardo Rodrigues, licenciado em Ciências do Desporto), o antigo campeão nacional tem transportado para os Futures uma enorme experiência, acumulada nos majors e no circuito ATP, por onde andou durante alguns anos, tendo defrontado Roger Federer, Rafael Nadal e Andy Murray, entre outros.

Fruto de várias situações, Frederico Gil, que chegou a figurar na 62ª posição do ranking mundial em 2011, foi perdendo o fulgor e desde 2013 estava remetido a torneios Future, devido ao seu ranking. A verdade, porém, é que tem levado a sua carreira a peito e Portugal tem sido o seu porto de abrigo para conquistar pontos e dinheiro, como, aliás, se confirma pelas vitórias que tem obtido consecutivamente nos últimos cinco anos em provas que têm sido apoiadas pela Federação Portuguesa de Ténis.

Aos poucos, Frederico Gil está a fazer o seu percurso, ciente das responsabilidades. É, sem dúvida, um enorme desafio, que envolve muitas variáveis, para quem construiu uma bela carreira, que teve o ponto mais alto ao ter sido finalista do Estoril Open em 2010, no Jamor.

A enorme paixão pelo jogo continua bem presente e o quadro competitivo que é oferecido pelas várias organizações em conjunto com a Federação Portuguesa de Ténis permite que sejam os portugueses a usufruir dessas vantagens.

Os 10 títulos conquistados por Frederico Gil em Futures:

2018 (1): Portugal, Beloura (piso rápido)

2017 (1): Portugal, Beloura (piso rápido)

2016 (1): Portugal, Benfica (piso rápido)

2015 (1): Portugal, Caldas da Rainha (terra batida)

2014 (1): Portugal, Porto (terra batida)

2006 (2): Portugal, Albufeira (piso rápido) e Nigéria (piso rápido)

2005 (3): Portugal, Faro (piso rápido), Portugal, Lagos (piso rápido) e Venezuela (piso rápido)

 

Norberto Santos, jornalista

 

Pedro Sousa e a ternura dos 30


Créditos: IsarOpen

Não é nenhum paradoxo porque os factos assim o dizem: Pedro Sousa tornou-se no único português a conquistar um Challenger com mais de 30 anos e tem à sua frente um enorme estímulo ao possuir uma margem considerável de progresso, cujo primeiro objetivo a curto prazo é a entrada no top 100 mundial.

Com uma carreira que chegou a estar interrompida em momentos cruciais por sucessivas e prolongadas lesões, Pedro Sousa amealhou esta temporada o segundo triunfo em Challengers, depois da vitória em maio em Braga. Passa a ter cinco Challengers na carreira, os mesmos que Nuno Marques e João Sousa.

Enquadrado desde há mais de um ano no CAR Jamor Jogos Santa Casa, sob a coordenação técnica de Rui Machado, o tenista do CIF figura na 124ª posição, e ultrapassou Gastão Elias (135º), continuando João Sousa a ser o melhor representante nacional na 61ª posição.

No horizonte de Pedro Sousa figura a entrada no top 100 mundial, depois de ele ter quase aberto essa porta há quase um ano, quando estava classificado na 102ª posição a 25 de setembro de 2017, ano em que conquistou 3 Challengers (Francavilla, Lieberec e Como).

Mas o infortúnio bateu-lhe à porta e, ao competir menos devido a lesões, tornou-se impossível cumprir esse sonho em 2017. Tudo agora está em aberto com a vantagem de Pedro Sousa ter outra experiência, maturidade e vivência no circuito, conhecendo e entendendo muito melhor o jogo dos adversários que se situam neste patamar.

E quando, aos 30 anos, geralmente se começa a apontar a uma fase de gestão de carreira com Pedro Sousa sucede exatamente o contrário. É a tal ternura dos 30 que confere uma mensagem de enorme esperança para o filho de Manuel Sousa abraçar o leque de portugueses que fazem parte do clube centenário e ajudaram a construir uma imagem de credibilidade internacional, que levou a que Portugal disputasse em 2017, no Jamor, perante a Alemanha, a eliminatória de playoff de acesso ao Grupo Mundial na Taça Davis.

Títulos de tenistas portugueses em Challengers:

1º Rui Machado, 8

2º Gastão Elias, 7

3º Frederico Gil, 6

4º Nuno Marques, 5

    João Sousa, 5

    Pedro Sousa, 5

7º João Cunha e Silva, 3

8º Emanuel Couto, 1

    João Domingues, 1

 

Norberto Santos, jornalista

 

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