Campeonato Nacional: tradição e renovação


É num verdadeiro ambiente de festa que este ano se disputa o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto. E duas razões sobrepõem-se aquilo que poderia ser mais uma prova: a tradição regressa ao emblemático Clube de Ténis do Porto, a comemorar a passagem dos 50 anos, e a ela junta-se a confirmada renovação dos quadros principais.

É um cenário bem diferente do passado e, de certa maneira, até pode ser visto como um regresso ao futuro. A última vez que o Clube de Ténis do Porto, fundado em 1968, recebeu o Campeonato Nacional Absoluto foi em 1992. Ou seja: a prova regressa a uma coletividade histórica e com grandes pergaminhos no ténis português.

Vulgarmente conhecido como “CÊTÊPÊ”, o Clube de Ténis do Porto revelou-se ao longo destes 50 anos como um viveiro de campeões, onde a formação era a pedra basilar. Mesmo nos primeiros anos do clube, que tinha a sua sede na Rua da Fábrica de Salgueiros, já era bem visível a imagem de marca e uma identidade muito própria na ligação à formação.

Com a chegada do técnico australiano Richard Howes no início dos anos 70, tudo se alterou e foram criadas as bases que sustentaram um trabalho que perdura até aos dias de hoje e onde não se podem esquecer nomes como os dos professores Francisco Coelho e Maria José Silva.

O Clube de Ténis do Porto foi crescendo em ambição, estruturas e organização, sendo apontado como uma referência quando falamos dos marcos importantes do desenvolvimento do ténis nacional. Estamos a referir-nos, por exemplo, à crescente criação de estruturas, desde o “Handy” aos campos cobertos, remodelação da sede social e, como não poderia deixar de ser, a organização de grandes eventos internacionais que veio dar uma outra dinâmica à vida do clube.

Assistiu-se a grandes duelos entre jogadores portugueses e no último Campeonato Nacional Absoluto, no CTP, em 1992, a prova disso foi a vitória de Nuno Marques frente a João Cunha e Silva.

Volvidos 26 anos, o Clube de Ténis do Porto abre as suas portas a muita gente jovem. É a progressiva renovação que está a ser feita de forma gradual, muito por força do investimento da Federação Portuguesa de Ténis ao colaborar com as organizações no apoio a uma série de torneios masculinos e femininos.

O retorno desse apoio está aí à vista e a culminar 2018, Portugal tem o maior registo de sempre com 28 jogadores com pontos ATP, um acréscimo de mais 3 jogadores em relação a 2017. Existem algumas caras novas como Pedro Araújo (16 anos), Fábio Coelho (18 anos), João Graça (17 anos), Afonso Salgado (21 anos) e Gonçalo Ferreira (17 anos), todos eles estreantes no ranking mundial.

Portugal apresenta 11 jogadores com menos de 20 anos na lista ATP, um número que não deixa de ser interessante. Nas senhoras, a tradição também nos diz que a renovação é feita mais cedo. O passo seguinte é a confirmação a um patamar mais elevado no ranking mundial.

 

Norberto Santos, jornalista

 

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