Como visualizar a entrada no top 100 mundial
A recente entrada do português Gonçalo Oliveira no top 200 mundial (196º) conduziu-nos a um dado que é tido como referencial para a Federação Internacional de Ténis (ITF): como visualizar a abordagem ao top 100 ATP. “Noventa e cinco por cento dos jogadores que entraram no top 100 chegaram ao top 200 até aos 22 anos”, diz um estudo da ITF apresentado num fórum internacional, onde esteve presente Rui Machado, coordenador técnico da Federação Portuguesa de Ténis.
No seminário, em Espanha, foi feita uma abordagem ao modelo que a ITF quer implementar para 2019 e que tem o nome de “Transition Tour”, um conceito que está a ser aperfeiçoado e que visa ter a melhor capacidade de resposta para agrupar os jovens jogadores que deixam o escalão junior e aqueles que querem singrar no circuito profissional. “Ainda estamos a analisar todas as variáveis do Transition Tour, mas a recolha de dados estatísticos é bastante interessante”, diz Machado, que em 2011 chegou a ser o nº 59 na lista ATP (terceiro português de sempre). A primeira ideia a reter é saber a capacidade que um jogador tem quando se avalia o seu potencial. O estudo da ITF, com dados recolhidos a partir de 2000, diz que 95 por cento dos jogadores que entraram no top 100 chegaram ao top 200 até aos 22 anos.
“Mas os cinco por cento que sobram representam um número elevado de jogadores. O importante é continuar a garantir o apoio aos talentos que surgem mais tarde e levá-los a alcançar esses objetivos. Esse dado é uma referência, mas quem chega lá mais tarde tem o mesmo mérito”, referiu Machado.
Gonçalo Oliveira, de 22 anos (nascimento: Porto, 17 de fevereiro de 1995), enquadra-se nesse patamar, segundo o estudo da ITF.
Lista de portugueses que entraram no top 200 com menos de 23 anos:
1º Nuno Marques, 19 anos
2º João Cunha e Silva, 20 anos
3º Gastão Elias, 20 anos
4º Frederico Gil, 21 anos
5º João Sousa, 22 anos
6º Emanuel Couto, 22 anos
7º Gonçalo Oliveira, 22 anos
Digamos que a primeira de muitas etapas está cumprida com inteiro sucesso.
Bons resultados para o ténis português em 2018.
Norberto Santos, jornalista do jornal Record